Rússia utiliza mísseis hipersônicos pela primeira vez em combate na Ucrânia

Autoridades confirmam que ataque destruiu depósito de armas no oeste da Ucrânia; combates ocorrem em diferentes regiões do país, enquanto autoridades afirmam ter chegado a acordo para a formação de corredores humanitários

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Por Redação
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As Forças Armadas da Rússia informaram neste sábado, 19, que sua última geração de mísseis hipersônicos foi utilizada pela primeira vez em combate na Ucrânia, que enfrenta seu 24° dia de guerra desde a invasão russa em 24 de fevereiro.

O porta-voz do Ministério da Defesa da Rússia, Igor Konashenkov, afirmou que mísseis Kinzhal transportados por caças MiG-31 destruíram um depósito subterrâneo que armazenava mísseis e munição de aeronaves na região ocidental de Ivano-Frankivsk, no oeste da Ucrânia.

O ataque ao depósito foi confirmado por um porta-voz militar ucraniano, mas o tipo de míssil utilizado não foi determinado pelas autoridades do país. “Temos danos, há destruição”, disse o porta-voz do Comando da Força Aérea das Forças Armadas da Ucrânia, Yuri Ignat.

Caças MiG-31 russos carregam mísseis hipersônicos Kinzhal durante desfile militar do 'Dia da Vitória', em 2018. Foto: AFP

Em dezembro do ano passado, o presidente russo, Vladimir Putin, disse que o país era o líder global em mísseis supersônicos, cuja velocidade, capacidade de manobra e altitude os tornam difíceis de rastrear e interceptar.

Os mísseis Kinzhal, especificamente, fazem parte de uma série de armas reveladas em 2018. Ainda de acordo com as autoridades russas, eles possuem um alcance de até 2 mil quilômetros e voam a 10 vezes a velocidade do som.

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Konashenkov acrescentou que as forças russas também destruíram rádios militares e centros de reconhecimento perto da cidade portuária ucraniana de Odessa usando o sistema de mísseis costeiros Bastion. A Rússia usou a arma pela primeira vez durante sua campanha militar na Síria em 2016.

Corredores humanitários

Ucrânia e Rússia chegaram a um acordo para a formação de dez corredores humanitários para a retirada de civis e chegada de ajuda humanitária em cidades ucranianas castigadas pelos bombardeios e intensos combates. O acordo foi confirmado pela vice-primeira-ministra da Ucrânia, Irina Vereshchuk, neste sábado, 19.

De acordo com Irina, pelo menos um dos corredores humanitários deve atender a cidade portuária de Mariupol, sitiada por tropas russas e alvo de bombardeios inimigos há semanas. As regiões de Kiev e de Luhansk também devem ser atendidas.

Moradores de Mariupol passam em frente a tanque russo; neste sábado, 19, combates ocorreram em várias regiões da Ucrânia, com intensas batalhas em Mariupol, um dos locais mais devastados pela guerra Foto: Alexander Ermochenko/Reuters

Irina anunciou também planos para viabilizar ajuda humanitária à cidade de Kherson, que atualmente está sob controle das forças russas. Em vídeo, o presidente ucraniano Volodmir Zelenski alertou que os russos estão impedindo que suprimentos cheguem às cidades cercadas no centro e no sudeste da Ucrânia, criando condições miseráveis para forçar que os ucranianos “cooperem” com as forças inimigas.

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Neste sábado, combates ocorreram em várias regiões do país, com intensas batalhas em Mariupol, um dos locais mais devastados pela guerra. Na cidade, tropas ucranianas estavam perdendo o controle da principal usina siderúrgica, que apesar de danificada segue sob forte disputa, segundo comentários de um assessor do ministro do Interior da Ucrânia.

“Agora há uma luta por Azovstal”, disse Vadim Denisenko em comentários para a televisão, no sábado. “Posso dizer que perdemos este gigante econômico. Na verdade, uma das maiores usinas metalúrgicas da Europa está sendo destruída”, disse o ministro./ AP, REUTERS e NYT