Mais de 1.000 trabalhadores sem-terra bloquearam uma estrada federal no norte do Paraguai para exigir a reforma agrária e a desapropriação de fazendas de brasileiros. Os brasileiros são acusados pelos sem-terra do Paraguai de adquirir ou arrendar vastas propriedades no país para a monocultura da soja. Ernesto Benítez, dirigente da Federação Nacional de Agricultores, disse no idioma guarani que "extensas propriedades passam às mãos de empresários brasileiros apenas para o cultivo da soja". Segundo ele, os brasileiros "utilizam agrotóxicos para sua produção, o que prejudica a saúde da população". Cerca de 600 agentes da polícia de choque chegaram hoje ao local do protesto, a cerca de 220 quilômetros da capital paraguaia. Até o final da tarde, o trânsito na rodovia continuava bloqueado, à espera do final das negociações entre funcionários do governo e os líderes dos camponeses.