Senadores russos aprovaram nesta quarta-feira (3) a impopular reforma previdenciária, que originou protestos no país e deve ser assinada em breve pelo presidente Vladimir Putin, informou o Kremlin. A proposta é rejeitada pela grande maioria da população.

"Quando esta lei chegar ao presidente, pode-se esperar que ele a assine sem aguardar indefinidamente", declarou nesta quarta o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.
Após ser aprovada pelos deputados na semana passada, a lei foi validada pelo Conselho da Federação, a Câmara Alta do Parlamento russo. O último passo para entrar em vigor é a sanção do presidente.
Mais de mil manifestantes são presos na Rússia
O principal opositor do Kremlin, Alexei Navalny, e mais de mil pessoas foram detidos neste sábado. As prisões ocorreram durante manifestações contra o governo em toda a Rússia.
Essa reforma provocou grande descontentamento na Rússia, minando a popularidade de Putin e causando inesperados reveses eleitorais para o partido no poder durante as eleições regionais de setembro.
Milhares de pessoas tomaram as ruas, convocadas pelo Partido Comunista e pelo principal oponente do Kremlin, Alexei Navalni, para protestar contra essa reforma.
"Entendemos que esta questão é altamente sensível e afeta muitas pessoas, mas o presidente expressou muito clara e abertamente sua posição perante a nação", acrescentou Peskov na quarta-feira.
Diante de uma revolta incomum, Putin propôs, em raro discurso televisionado ao país em agosto, flexibilizar a reforma. Os deputados modificaram o projeto.
O texto final eleva a idade de aposentadoria para 65, no caso dos homens, e 60, para as mulheres, em comparação com 60 e 55, respectivamente, em vigor hoje. / AFP