Série de atentados deixa ao menos 178 mortos em Bagdá

Ataques ocorrem no mesmo dia em que o premier iraquiano anuncia plano de retomada do controle da segurança nas áreas sob comando de forças internacionais

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Por Agencia Estado
Atualização:

Uma série de quatro ataques em Bagdá matou ao menos 178 pessoas nesta quarta-feira, 18, em uma onda de violência que não era vista desde o início de um novo plano de segurança patrocinado pelos Estados Unidos e o governo iraquiano para pacificar a capital iraquiana, há dois meses. Segundo autoridades e fontes hospitalares, dezenas de pessoas ficaram feridas. Nos últimos minutos, o número de mortos nos atentados não parou de subir. Os atentados aconteceram no mesmo dia em que o primeiro-ministro Nuri al-Maliki afirmou que o país planeja assumir, antes do final do ano, o controle da segurança de todas as suas províncias que estão sob o comando das forças internacionais. Maliki está sob crescente pressão do clérigo xiita Moqtada al-Sadr para determinar um cronograma de retirada para os 146 mil soldados americanos atualmente estacionados no Iraque. Na segunda-feira, os ministros do gabinete de Maliki fiéis aao religioso renunciaram ao cargo em protesto contra a falta de um prazo para a saída das forças dos EUA. No mais sangrento dos ataques, um carro bomba explodiu em meio a uma multidão no mercado de Sadriyah, no centro de Bagdá, matando ao menos 112 pessoas e ferindo outras 115. Entre os mortos estão vários trabalhadores que atuavam na reconstrução das lojas, que haviam sido destruídas em um outro atentado que deixou 137 mortos em fevereiro. O local é majoritariamente freqüentado por iraquianos xiitas. Cerca de uma hora mais cedo, um carro-bomba explodiu no bairro xiita de Cidade de Sadr, no leste de Bagdá, matando cerca de 33 pessoas e ferindo outras 45. O alvo do ataque era um posto de controle da polícia e do Exército, e ao menos uma das vítimas era um policial. Segundo as fontes ouvidas pela Efe, o carro, que era conduzido por um terrorista suicida, não atingiu o alvo em cheio graças ao intenso tráfego na região, onde vivem quase 2,5 milhões de pessoas e é reduto das milícias xiitas fiéis ao clérigo Moqtada al-Sadr. Até pouco tempo controlada pelo Exército Mehdi, milícia obediente a Muqtada al-Sadr, a Cidade de Sadr conta hoje com vários postos permanentes instalados pelos exércitos americano e iraquiano. Ataque a hospital Antes dos dois ataques, um carro foi detonado próximo a um hospital no bairro de Karrada, deixando 11 mortos e 13 feridos. A explosão danificou o prédio do centro médico e edifícios adjacentes. A quarta explosão ocorreu em um microônibus na região de Risafi, matando quatro pessoas e ferindo outras seis. Autoridades do Exército americano afirmaram que a violência sectária no Iraque teve uma queda desde a implantação do plano de segurança, em fevereiro. Contudo, na última semana, o país assistiu a fortes ataques na capital, incluindo um atentado dentro do Parlamento, que matou um político, e a explosão de um ponte sobre o Rio Tigre. Ainda nesta quarta-feira, o Exército americano informou que descobriu e apreendeu um carregamento de 600 contêineres de ácido nítrico, material que pode ser usado tanto como adubo quanto em explosivos, para ampliar o poder destrutivo das bombas. Premiê Em um discurso durante uma cerimônia para comemorar a entrega da província de Maysan pelas forças britânicas ao controle iraquiano, o Conselheiro Nacional de Segurança do Iraque, Mowaffaq al-Rubaie, disse nome do premiê Nuri al-Maliki que três províncias na região autônoma do Curdistão serão as próximas. "Depois disso, (será a vez das províncias de) Kerbala e Wasit. Aí será província após província até chegarmos (a esta transferência) antes do fim do ano", disse Mowaffaq. A transferência de Maysan significa que quatro das 18 províncias do país estão agora sob o controle de segurança do Iraque. Na última segunda-feira, 16, seis ministros do movimento político de Sadr renunciaram aos cargos no governo de Maliki. O objetivo era pressionar para a instalação de um cronograma para a retirada das tropas americanas do país. Em resposta, Maliki disse que a saída dos EUA só ocorrerá quando as forças iraquianas estiverem prontas para assumir a segurança. Matéria ampliada às 14h18 para acréscimo de informações

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