BELGRADO - O presidente da Sérvia, Boris Tadic, disse nesta segunda-feira, 30, que Goran Hadzic, o último fugitivo suspeito de cometer crimes na Guerra da Bósnia, será preso. As declarações de Tadic são feitas poucos dias depois da prisão de Ratko Mladic, ex-general servo-bósnio acusado de ser o responsável por milhares de mortes durante os conflitos.
Em entrevista, Tadic disse que a Sérvia, ao prender Mladic, cumpriu com suas obrigações internacionais e que o continuaria fazendo. O presidente, então, referiu-se a Hadzic, que será preso "dentro de semanas, meses, ou um ano".
Hadzic é um líder rebelde servo-croata acusado pela Organização das Nações Unidas (ONU) de crimes de guerra pelo assassinato de centenas de civis croatas e pela deportação forçada de 28 mil croatas e não-servos na Croácia durante a guerra de 1991.
Tadic também pressionou a União Europeia a "fazer sua parte" pelo ingresso da Sérvia no bloco, argumentando que seu país cumpriu com seus compromissos ao prender Mladic. O grupo informou repetidas vezes a prisão do ex-general resultaria em conversas pela entrada de Belgrado. "É hora de reconhecer que o país avançou. Ninguém mais pode dizer que neste país não há leis e que este país não pode enfrentar seu passado", disse o presidente.
O ex-comandante era considerado um dos homens mais procurados da Europa e um dos arquitetos dos massacres da Guerra da Bósnia ao lado do ex-líder político Radovan Karadzic e do ex-presidente da antiga Iugoslávia Slobodan Milosevic. Mladic é considerado o principal responsável pelo massacre de Srebrenica, onde morreram 8 mil muçulmanos em 1995.
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