Manifestantes protestam contra o governo em Suez. Foto: AP
CAIRO - Os serviços de internet e telefonia móvel seguem bloqueados nesta sexta-feira, 28, no Egito ao mesmo tempo em que a população se prepara para uma megamanifestação prometida contra o governo do presidente Hosni Mubarak. Na madrugada, um dos maiores provedores do Egito, o Seabone, denunciou que a internet foi bloqueada no país após a 0:30 da sexta-feira, horário local. Nesta quinta-feira, os egípcios foram às ruas pelo terceiro dia seguido em protestos contra o governo, inspirados pela Revolução de Jasmin, levante popular que neste mês derrubou o ditador Zine Ben Ali, na Tunísia.
Veja também:Infográfico: A revolução que abalou o mundo árabe Galeria de fotos: Os protestos no Egito e na Tunísia Blog: Gustavo Chacra analisa a criseRepórteres da agência Associated Press e da Al Jazira também relataram problemas com a internet no país. Sites como o Twitter, o Facebook e o You Tube têm sido bastante usados pelos manifestantes para organizar protestos. O próximo ato deve começar após as orações de sexta-feira, sagradas para o Islã.
Os telefones que funcionam com os dois principais provedores de telefonia celular do Egito, Mobinil e Vodafone, deixaram de operar no meio da manhã desta sexta-feira, para o qual são esperados grandes protestos políticos na capital e em outras áreas do país. Ainda não foi confirmada a razão do bloqueio.
Desde as primeiras horas desta sexta-feira não é possível enviar mensagens pelo celular, mas é possível fazer chamadas. No entanto, no meio da manhã o serviço foi suspenso totalmente.
Pelo menos na cidade de Alexandria, a segunda em importância do país e às margens do Mediterrâneo, estão tendo os mesmos problemas na telefonia celular, como informaram à Agência Efe moradores dessa cidade.
A telefonia celular e a internet são os principais sistemas de comunicação utilizados entre os ativistas da oposição e os participantes das manifestações que estão produzindo no Egito desde a terça-feira.
Em meio à crescente tensão, o principal líder da oposição moderada no país,o ex-diretor da Agência Internacional de Energia Atômica da ONU (AIEA) Mohammed ElBaradei chegou ao país na quinta-feira. "Minha prioridade neste momento é ver um novo Egito por meios pacíficos", disse o diplomata na chegada ao Cairo. "Mubarak serviu o país por 30 anos. Está na hora de se aposentar". Em Suez, no leste do Egito, policiais usaram balas de borracha, gás lacrimogêneo e jatos de água contra centenas de manifestantes Os opositores atiraram pedras e bombas incendiárias contra os policiais. Com AP, Reuters e Efe
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