A presidente da Camara dos Representantes (deputados) dos Estados Unidos, a democrata Nancy Pelosi, chegou à Síria nesta terça-feira, 3, liderando uma delegação do Congresso americano. A Casa Branca criticou a viagem, argumentando que ela transmite um sinal errado a um país que "apóia" o terrorismo. Em pronunciamento nesta terça-feira, o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, disse que tentativas de relacionamento com a Síria não devem render resultados positivos. "Muitos foram visitar o presidente sírio, mas nenhuma ação foi tomada", afirmou Bush. "Uma coisa é enviar uma mensagem e outra é fazer alguma coisa", acrescentou. Pelosi, que se encontrou no aeroporto de Damasco com o ministro das Relações Exteriores da Síria, Walid al-Moallem, é a primeira autoridade americana a visitar o país desde que as relações diplomáticas entre americanos e sírios se deterioraram em 2003. Os Estados Unidos acusam a Síria de apoiar grupos terroristas no Iraque e no Líbano, mas Damasco nega as afirmações. A porta-voz da Casa Branca descreveu a visita de Pelosi como "uma idéia muito ruim". A democrata, no entanto, não deu nenhuma resposta à Casa Branca quando aterrissou em Damasco e seguiu para o centro da capital síria. Representante da oposição democrata que derrotou os governistas republicanos nas eleições legislativas de novembro passado, Pelosi é a primeira mulher a assumir a presidência da Câmara dos Estados Unidos. Crítica ferrenha da guerra do Iraque, ela recentemente apoiou projetos de lei para uma retirada gradual das tropas americanas no país árabe. Pelosi tem ainda um encontro com o presidente da Síria, Bashar Assad, e com outras autoridades do país na quarta-feira, 4. Antes nesta terça-feira, Pelosi se encontrou com o presidente palestino, Mahmoud Abbas, na cidade de Ramallah. Seu tour pelo Oriente Médio a levou para Israel e Líbano, e ela deve seguir ainda para a Arábia Saudita.