Um grupo formado por 120 sobreviventes do Holocausto nazista e dos genocídios do Camboja, Ruanda e Bósnia pediu ao primeiro-ministro do Reino Unido, Tony Blair, que apóie as sanções da União Européia contra o governo sudanês para deter a crise em Darfur. Em comunicado divulgado nesta sexta-feira, os sobreviventes informaram que entregaram a Blair uma carta por ocasião da cúpula de chefes da União Européia, que começa na Finlândia. "A UE, fundada após o genocídio na Europa, não pode ignorar a ameaça de um novo. Não sobrevivi a um campo de concentração nazista para ficar sentado enquanto a tragédia se repete. Tony Blair pode desempenhar um trabalho central para deter o massacre, mas é preciso atuar agora", afirmou Martin Stern, um dos signatários da carta. Os sobreviventes pedem que a UE tome medidas imediatas, como sanções contra os responsáveis, o apoio a uma força da União Africana e um calendário de sanções comerciais. James Smith, diretor-executivo da Aegis Trust, uma organização que luta contra o genocídio e que coordenou o pedido, se disse orgulhoso da solidariedade que recebeu de sobreviventes de outros massacres. "Reunir mais de 100 pessoas que queiram falar mostra que os sobreviventes do genocídio estão conscientes de que a história se repete em Darfur", afirmou Smith. Segundo o diretor-executivo da ONG, os signatários da carta não admitem que o mundo permita um novo genocídio.