Suposta amante e ex-mulher de Putin são alvos de sanções do Reino Unido

Nova rodada de penalidades econômicas englobam também primos do presidente russo

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Por Redação
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O Reino Unido anunciou nesta sexta-feira, 13, uma nova rodada de sanções, visando o grupo mais próximo do presidente russo, Vladimir Putin, incluindo parentes e amigos de infância. Um nome que chamou a atenção é o da mulher amplamente identificada como sua namorada, a ex-ginasta Alina Kabaeva.

Autoridades britânicas disseram que as 12 pessoas na última leva de sanções não eram oligarcas de renome que possuem times de futebol ou vastas posições de petróleo e gás, mas agentes de confiança, parentes e amigos de infância que ajudam o líder russo a se esconder e a gastar sua vasta riqueza.

O Reino Unido é o primeiro país a impor sanções a Kabaeva, de 39 anos, campeã olímpica de ginástica rítmica e ex-modelo de capa da edição russa da revista Vogue. Putin tem 69 anos.

Kabaeva tornou-se presidente do conselho do National Media Group, supostamente a maior empresa privada de mídia russa, um veículo de propaganda pró-guerra, segundo autoridades.

Ginasta russa Alina Kabaeva durante campeonato europeu de ginástica rítmica em imagem registrada no dia 6 de junho de 2008. Kabaeva está na lista de sanções do Reino Unido e é conhecida por relações amorosas com Putin Foto: Giuseppe Cacace / AFP

“Ela é acusada de ter um relacionamento pessoal próximo com Putin, e anteriormente atuou como deputada na Duma pelo Rússia Unida de Putin”, disse o Ministério das Relações Exteriores britânico em comunicado.

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As autoridades britânicas que falaram aos repórteres disseram que esses amigos e parentes não eram especialmente habilidosos em seus trabalhos, mas “projetados em posições” para ajudar Putin, sugerindo que eram ajudantes bem pagos “que se escondem nas sombras”.

O Kremlin há muito nega um relacionamento romântico entre Putin e Kabaeva. Um jornal russo que publicou uma reportagem em 2008 ligando os dois foi misteriosamente fechado logo depois, embora vários relatos tenham sugerido que ela é mãe de vários de seus filhos.

Kabaeva parece ter encerrado sua carreira atlética na época em que estava romanticamente ligada a Putin. Mais tarde, ela se tornou legisladora do partido Rússia Unida, de Putin, e foi uma das seis portadoras da tocha durante as cerimônias de abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2014 em Sochi.

De acordo com uma reportagem de abril do Wall Street Journal, o governo americano de Joe Biden debateu a imposição de sanções a Kabaeva, mas no “último minuto” decidiu contra, preocupado que tal medida aumentasse ainda mais as tensões entre a Rússia e os Estados Unidos.

Putin não reconheceu um relacionamento com Kabaeva, mas autoridades britânicas disseram que medidas foram tomadas desde o início da guerra na Ucrânia para mantê-la fora dos olhos do público, como remover seu nome de sites de negócios russos.

A lista de sanções do Reino Unido atingiu também a avó de Kabaeva, que o governo britânico diz ter um apartamento de luxo em Moscou, e a ex-mulher do presidente russo, Ludmila Ocheretnaya, ex-primeira-dama da Federação Russa.

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Também estão incluídos na lista Igor Putin, primo em primeiro grau do presidente; Mikhail Putin, um parente; e Roman Putin, um primo em primeiro grau.

Reino Unido e EUA já tinham emitido sanções às filhas de Putin, Maria Vorontsova, de 36 anos, e Katerina Tikhonova, de 35. Elas são filhas dele com a ex-mulher Ocheretnaya.

O governo britânico descreveu essas pessoas como “facilitadores”.

“Estamos expondo e mirando a rede obscura que sustenta o estilo de vida de luxo de Putin e apertando o cerco em seu grupo de pessoas mais próximo”, disse a secretária de Relações Exteriores do Reino Unido, Liz Truss, em um comunicado.

O Reino Unido está liderando a campanha de sanções, tendo como alvo mais de m

il indivíduos e 100 entidades, incluindo oligarcas cuja soma do patrimônio chega a US$ 142 bilhões.

Autoridades do Reino Unido disseram que “dezenas de bilhões” de libras em ativos foram congelados nos bancos britânicos.

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O Ministério das Relações Exteriores da Rússia recomendou nesta sexta-feira que seus cidadãos evitem viajar para o Reino Unido, alertando sobre o “curso extremamente hostil” que seu governo tomou e dizendo que é melhor não ir “para evitar perdas financeiras e outros possíveis problemas”. /W. POST

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