A polícia sérvia deteve nesta sexta-feira um bósnio sérvio acusado de genocídio pelo tribunal de crimes de guerra da ONU e o estava transferindo para Haia, informou um porta-voz da corte internacional. Milor Stakic, ex-prefeito da cidade bósnia de Prijedor, era procurado sob uma ordem emitida em março de 1997 por supostas atrocidades cometidas entre abril de 1992 e janeiro de 1993, durante a guerra da Bósnia. Esta é a primeira vez que a polícia de Belgrado detém um suposto criminoso de guerra e o envia à corte internacional. A detenção de Stakic ocorre dias antes da data-limite de 31 de março fixada pelo governo dos Estados Unidos, que ameaçou cortar a ajuda à administração federal da Iugoslávia caso esta não coopere com as ordens de detenção do tribunal. "A corte acredita que este é um sinal concreto de cooperação por parte das autoridades de Belgrado", disse o porta voz do tribunal, Jim Landale. "Esperamos que este seja o começo de um processo no qual veremos a transferência de todos os fugitivos que residem no território da República Federal da Iugoslávia". Dois outros homens haviam sido listados pelo tribunal de Haia, mas morreram desde então. Simo Drljaca foi morto durante sua detenção por tropas da Otan em 1997 e Milan Kovacevic morreu por causas naturais numa sela do tribunal em 1998.