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Suprema Corte dos EUA permite que democratas da Câmara obtenham declarações de impostos de Trump

Decisão significa que o Departamento do Tesouro deve entregar em breve os documentos financeiros de Trump que vinham sendo requisitados desde 2019

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Por Redação
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WASHINGTON - A Suprema Corte dos Estados Unidos recusou nesta terça-feira, 22, o pedido do ex-presidente Donald Trump de manter as declarações de impostos secretas e abriu caminho para uma comissão da Câmara dos Deputados solicitar os documentos do ex-presidente e divulgá-los. A decisão acontece nas últimas semanas do controle democrata na Casa, após a perda da maioria nas eleições de meio de mandato.

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A ordem do supremo, que não foi assinada e não registrou nenhuma divergência, é a instância mais recente a decidir contra Trump, que nomeou para ela três juízes. A decisão significa que o Departamento do Tesouro deve entregar em breve os documentos financeiros de Trump à Câmara, que tenta ter esse acesso desde 2019.

Na disputa sobre suas declarações de impostos, o Departamento do Tesouro se recusou a fornecer os registros durante a presidência de Trump. No entanto, o governo Biden mudou a política e disse ao assumir que a lei federal é clara ao garantir à comissão o direito de examinar a declaração de qualquer contribuinte, incluindo a do presidente.

Ex-presidente Donald Trump discursando em Mar-a-Lago, resort pessoal localizado na Flórida, no dia 18 deste mês Foto: Rebecca Blackwell / AP

Único entre os presidentes desde a década de 1970, Trump se recusou a divulgar as declarações de impostos durante a campanha presidencial de 2016, na qual saiu vencedor, e durante os quatro anos que esteve na Casa Branca. Ele alega uma auditoria em andamento pela Receita federal americana (IRS).

A decisão atual se trata da segunda derrota do ex-presidente na Suprema Corte em um mês e a terceira no ano. Em outubro, o supremo se recusou a entrar no processo em torno da operação do FBI em Mar-a-Lago, resort de Trump na Flórida, que encontrou documentos confidenciais sob a sua posse. Em janeiro, os juízes negaram o pedido para impedir o Arquivo Nacional de entregar documentos secretos à comissão da Câmara que investiga a invasão ao Capitólio, em 6 de janeiro de 2021. O juiz Clarence Thomas foi o único voto a favor de Trump nesta ocasião.

A equipe jurídica de Trump pediu aos juízes que estendessem a suspensão de um tribunal de primeira instância enquanto buscavam um recurso perante a Suprema Corte, dizendo que o pedido da Câmara levantava questões que eram importantes demais para permitir que o Departamento do Tesouro entregasse seus arquivos antes que fossem resolvidos.

No entanto, o advogado-chefe da Câmara, Douglas Letter instou a Suprema Corte a não intervir, apontando para um novo Congresso em janeiro. Qualquer atraso adicional “deixaria à comissão e ao Congresso como pouco ou nenhum tempo para concluir seu trabalho legislativo” já que as cadeiras serão renovadas em janeiro, escreveu ele em um comunicado no início deste mês.

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Em uma ordem concisa, a Suprema Corte disse que estava negando o pedido de suspensão de Trump. No documento, não houve qualquer fundamentação jurídica para a decisão. /NYT, AP

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