Forças de segurança sudanesas cercaram os campos de refugiados na região de Darfur, impedindo o acesso dos grupos que prestam apoio humanitário às vítimas da guerra, denuncia uma agência das Nações Unidas. O governo sudanês nega que tropas oficiais estejam bloqueando os campos, mas afirma que árabes enfurecidos se aglomeram na área. Parte do conflito em Darfur é causado pelos ataques de milícias árabes à população nativa, forçada a fugir e buscar os campos de refugiados. O ministro de Assuntos Humanitários do Sudão, Ibrahim Hamid Mahmoud, disse que os árabes estão furiosos com o seqüestro de 18 estudantes por rebeldes. Christiane Berthiaume, porta-voz do Programa Mundial de Alimentação das Nações Unidas, disse em Genebra que há informações de que policiais e soldados cercaram campos próximos à cidade de Nyala e que a "insegurança" impediu o acesso a pelo menos 160.000 refugiados. "A área não está sob cerco", reagiu o ministro sudanês, atribuindo o problema à aglomeração de árabes, fuirosos com o seqüestro, na área. "Mas A União Africana foi alertada e eles dizem que trarão os seqüestrados da área montanhosa de Zaleinge". Tropas da União Africana vêm ajudando a manter a segurança em Darfur. Os rebeldes de Darfur são sudaneses não-árabes que iniciaram um levante contra o governo, por sua vez acusado de apoiar as milícias árabes acusadas de massacres e estupros contra a população nativa.