ISTAMBUL - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em seus comentários mais duros contra a Arábia Saudita até o momento no caso da morte de um jornalista no consulado saudita em Istambul, disse que o príncipe herdeiro do reino tem a responsabilidade final pela operação que levou ao assassinato de Jamal Khashoggi, colocando mais pressão sobre o país aliado em meio a uma repreensão global pela morte do jornalista.
O jornal Wall Street Journal publicou a declaração de Trump horas antes do príncipe herdeiro saudita, Mohamed bin Salman, comparecer a uma conferência de negócios, onde deve comentar a morte de Khashoggi.
Autoridades sauditas não responderam de imediato a pedido por comentários sobre a fala de Trump.
Trump disse ao Wall Street Journal querer acreditar no príncipe quando ele diz que autoridades de nível inferior foram responsáveis pela morte do jornalista, assassinado dentro do consulado saudita na cidade turca. Mas sugeriu que a responsabilidade pode chegar a níveis mais altos.
“Bom, o príncipe está administrando as coisas por lá, mais ainda nesse estágio. Ele está administrando as coisas, então, se fosse qualquer pessoa, seria ele”.
Riad tem culpado uma “operação não autorizada” pela morte do proeminente jornalista saudita, um crítico do príncipe herdeiro e colunista do Washington Post, afirmando que Salman não tinha conhecimento do assassinato.
A morte de Khashoggi, morador dos Estados Unidos, tem provocado revolta global e colocado em risco as relações entre Riad e Washington, assim como o relacionamento da Arábia Saudita com outras nações do Ocidente.
Sanções.
Nesta quarta-feira, 24, o Reino Unido anunciou a revogação de vistos dos acusados de envolvimento no assassinato de Khashoggi. A mesma medida foi aplicada na terça-feira pelos EUA a 21 pessoas, na primeira retaliação americana aos sauditas neste caso.
Após conhecer os detalhes e progresso da investigação da morte do jornalista, a União Europeia afirmou que dará uma resposta do bloco. Essa semana, a Alemanha falou em interromper a venda de armas para Riad e pediu que outros países seguissem o mesmo conselho. / REUTERS
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