Turista filma avalanche no Quirguistão até ser atingido por ela

Em relato nas redes, Harry Shimmin conta que utilizou um espaço entre as pedras das montanhas Tian Shan para se abrigar; segundo ele, apenas uma americana cortou o joelho e outro turista teve hematomas

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Por Redação
Atualização:

O turista Harry Shimmin registrou o momento que uma avalanche começou a descer as montanhas Tian Shan no Quirguistão até atingi-lo segundos depois. Ele se protegeu em meio a algumas pedras do penhasco até o momento que disse ter começado a ficar sem ar embaixo de tanto neve. Shimmin e os demais turistas que o acompanhavam ficaram bem.

O vídeo com as imagens foi postado no seu Instagram no último sábado, 9. Na legenda ele conta que estava com um grupo de amigos em uma visita guiada às montanhas quando decidiu de separar para tirar fotos em uma colina no ponto mais alto da caminhada. “Enquanto eu estava tirando fotos, ouvi o som de gelo rachando atrás de mim. É aqui que começa o vídeo”, escreveu.

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“Eu já estava lá há alguns minutos, então eu sabia que havia um lugar para me abrigar bem ao meu lado”, continuou. Ele filma o momento exato em que a avalanche o alcança e passa por cima dos pedregulhos onde se abrigava. Ele narra que deixou o abrigo somente no último segundo viável, quando já via uma escuridão quase completa e o ar começava a faltar.

“Sim, eu deixei o abrigo no último segundo possível, e sim, eu sei que teria sido mais seguro se tivesse saído imediatamente. Estou muito consciente de que assumi um grande risco. Me senti no controle, mas independentemente disso, quando a neve começou a vir e escureceu/ficou mais difícil de respirar, eu comecei a pensar que poderia morrer”, admite.

O relato continua: “Atrás da rocha, era como estar dentro de uma nevasca. Enquanto passava, a adrenalina me atingiu com força”.

Foto de arquivo mostra os picos da cordilheira Tian Shan, que fica entre o Casaquistão e o Quirguistão Foto: PAVEL MIKHEYEV / REUTERS

Segundo ele, ninguém do grupo se feriu gravemente. Apenas uma pessoa sofreu um corte profundo no joelho e precisou ser levada a cavalo para um posto médico próximo. Outra pessoa caiu do cavalo e sofreu hematomas leves. “Eu estava apenas coberto por uma pequena camada de neve, sem um arranhão”, conta.

“O grupo inteiro estava rindo e chorando, feliz por estar vivo (inclusive a garota que cortou o joelho). Só mais tarde nos demos conta da sorte que tivemos. Se tivéssemos caminhado 5 minutos mais adiante em nossa caminhada, estaríamos todos mortos.”

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“A trilha que devíamos fazer passava direto pelo caminho da avalanche. Atravessamos depois, caminhando entre enormes pedras de gelo e rochas que tinham sido jogadas muito mais longe do que poderíamos ter corrido, mesmo que tivéssemos agido imediatamente. Para piorar a situação, o caminho corre ao longo de um cume baixo, escondendo a montanha da vista, de modo que só teríamos ouvido o rugido antes que as luzes se apagassem”, Shimmin termina seu lado.

Em outra postagem, o turista mostra o tamanho do espaço que usou para se abrigar nas montanhas e até onde era possível encontrar pedregulhos que rolaram com a avalanche. “Eu não vou mentir, foi perturbador caminhar pelas consequências de onde teríamos estado se tivéssemos sido 5 minutos mais rápidos. Fiquei olhando para o teto da minha tenda por mais tempo do que gostaria de admitir naquela noite. Muito feliz por todos terem sobrevivido sem ferimentos muito graves.”

Segundo ele, a americana que cortou o joelho precisou passar um tempo no hospital e retornou aos Estados Unidos.

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