O governo uruguaio decidiu retirar as tropas que faziam a segurança no local onde a empresa finlandesa Botnia está construindo uma fábrica de celulose, na cidade de Fray Bentos. A construção é objeto de uma disputa diplomática entre Uruguai e Argentina. De acordo com o jornal uruguaio La República, a empresa pediu ao governo de Tabaré Vázquez que retirasse os 60 soldados que vigiavam o local por considerar que a presença deles era ?nociva à sua imagem internacional?. Os meios de comunicação do Uruguai noticiaram que o governo deve anunciar nesta segunda-feira mais detalhes sobre a retirada dos soldados. A segurança no local deve continuar sendo feita pela polícia. Atrito no Mercosul O envio das tropas havia gerado atrito entre os governos do Uruguai e da Argentina. O presidente argentino, Néstor Kirchner, havia considerado a medida uma ?afronta?. O local da construção da fábrica é na margem uruguaia do Rio Uruguai, que divide os dois países, mas a Argentina se opõe à obra, afirmando que ela pode contaminar o rio. Como forma de protesto, ambientalistas têm bloqueado estradas que ligam os dois países há cerca de um ano. No final de semana passado, pela primeira vez, os bloqueios chegaram a impedir totalmente a circulação - ainda que brevemente - nas três principais rodovias entre Argentina e Uruguai. O conflito diplomático está sendo mediado pelo rei da Espanha, Juan Carlos I. Nesta semana, O ministro da Economia do Uruguai, Danilo Astori, criticou o Brasil pelo que ele considera uma omissão do país na disputa entre os integrantes do Mercosul.
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