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'Vamos responder. Faremos de sua vida um inferno', ameaça Kadafi

Ditador da Líbia promete lutar contra intervenção aprovada pelo Conselho de Segurança da ONU

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Atualização:

TRÍPOLI - Minutos depois de a Organização das Nações Unidas (ONU) aprovar uma intervenção internacional na Líbia, o ditador Muamar Kadafi disse que a decisão do órgão é "um ato flagrante de colonização" ilegal.

 

 

"Isso é loucura, insanidade, arrogância. Se o mundo enlouquecer, enlouqueceremos junto. Vamos responder. Faremos de sua vida um inferno, porque estão fazendo isso da nossa. Eles nunca terão paz", disse o ditador ao canal português RTP, citado pelo jornal britânico The Guardian.

 

 

Mais cedo, o ditador, que está há 40 anos no poder, já havia dito que suas forças estavam prontas para atacar Benghazi, principal reduto rebelde. "Está decidido. Estamos chegando. Não teremos misericórdia".

 

 

O Ministério de Defesa da Líbia também havia ameaçado retaliar qualquer intervenção internacional. "Qualquer operação militar contra a Líbia vai expor todo o tráfego aéreo e marítimo no Mediterrâneo ao perigo. E qualquer tráfego civil ou militar será alvo de uma contraofensiva líbia. A bacia do Mediterrâneo será exposta a um perigo grave, não apenas no curto prazo, como também no longo prazo", disseram as autoridades.

 

A resolução que aprova a imposição de uma zona de exclusão aérea sobre a Líbia passou nesta quinta-feira, 17, pelo Conselho de Segurança da ONU por dez votos e favor e cinco abstenções. Os países que se abstiveram foram Brasil, Rússia, China, Índia e Alemanha. Votaram a favor França, Reino Unido, Líbano - os três principais apoiadores da medida -, EUA, Gabão, Nigéria, Colômbia, África do Sul, Portugal e Bósnia.

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A resolução permite que sejam tomadas "todas as medidas necessárias" para "proteger civis e áreas habitadas por civis que estão sob ameaça de ataque (na Líbia), incluindo Benghazi, embora uma força de ocupação esteja excluída". A cidade citada no texto é o principal reduto dos opositores e a segunda maior do país.

 

A zona de exclusão aérea havia sido pedida pelos rebeldes líbios, que lutam para derrubar Kadafi há um mês. Eles se levantaram contra o coronel inspirados nas revoltas que derrubaram os regimes ditatoriais da Tunísia e do Egito no início do ano. O coronel tem usado aviões para bombardear os insurgentes e a imposição de uma zona de exclusão aérea os favoreceria.

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