O cerco financeiro ao WikiLeaks estreitou-se ontem com a decisão das empresas de cartões de crédito Visa e Mastercard de não aceitar doações para a organização. Nos últimos dias, o banco suíço PostFinance e o Paypal, serviço de pagamentos e transferências de dinheiro pela internet, bloquearam suas operações com o WikiLeaks. As iniciativas têm o objetivo de sufocar financeiramente o site fundado por Julian Assange, cuja sobrevivência depende de doações.O cerco tem sido duramente criticado por algumas das principais organizações jornalísticas. A entidade Repórteres sem Fronteiras condenou os bloqueios, ataques de hackers e pressões políticas ao WikiLeaks e qualificou essas ações como uma "tentativa de censura à escala internacional de um site, cuja vocação fundamental é a transparência". Com o cuidado de não se referir particularmente a esse caso, Larry Kilman, da World Association of Newspaper and News Publishers (WAN-IFRA), insistiu que os governos não devem ameaçar os meios de comunicação nem suas fontes.Mais incisiva, a Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP, na sigla em espanhol) exortou os EUA a pararem com os ataques e as ameaças contra o WikiLeaks e Assange. Em nota, Gonzalo Marroquín, presidente da SIP, e Robert Rivald, presidente da Comissão de Liberdade de Imprensa e de Informação da entidade, expressaram o temor de que o episódio motive a aprovação de leis "adversas" nos EUA.