‘Você continua fazendo história’, diz príncipe Charles ao prestar homenagem à rainha Elizabeth

O herdeiro do trono apareceu no final de um show com várias estrelas do pop e do rock do lado de fora do Palácio de Buckingham

PUBLICIDADE

Por Redação
Atualização:
5 min de leitura

LONDRES - O príncipe Charles prestou uma emocionante homenagem pessoal à sua mãe, a rainha Elizabeth II, neste sábado, 4, durante as comemorações de seu Jubileu de Platina, elogiando a monarca por unir a nação e continuar a fazer história durante seu reinado de 70 anos.

Charles falou em um show pop que começou com um esboço cômico da monarca de 96 anos tomando chá com Paddington Bear - um personagem da literatura infantil muito conhecido no país - e tocando a música-hino do Queen We Will Rock You em sua xícara de porcelana.

O herdeiro do trono apareceu no final do show do lado de fora do Palácio de Buckingham. Enquanto as imagens do reinado de Elizabeth eram exibidas nas paredes, Charles, de 73 anos, disse que o Jubileu deu ao país a chance de fazer um agradecimento à rainha.

“Vossa majestade, você esteve conosco em nossos momentos difíceis. E você nos une para celebrar momentos de orgulho, alegria e felicidade”, disse Charles à multidão de 22 mil pessoas, com milhões assistindo pela televisão.

O príncipe Charles, ao lado de Camilla, presta homenagem à rainha Elizabeht, a quem se referiu como 'mamãe'  Foto: Jonathan Buckmaster / AFP

“Você nos conheceu e conversou conosco. Você ri e chora conosco e, o mais importante, você esteve lá por nós, por esses 70 anos. Você se comprometeu a servir por toda a sua vida - você continua a cumprir. É por isso que nós estamos aqui”, acrescentou, referindo-se à rainha como “mamãe”.

A própria Elizabeth não estava presente, tendo perdido vários eventos do Jubileu por causa de “problemas de mobilidade” que a levaram a cancelar compromissos recentemente.

Continua após a publicidade

O vídeo de abertura com o personagem fictício Paddington teve ecos de 2012, quando a rainha apareceu com o espião fictício mais famoso do Reino Unido, James Bond, em um vídeo para a abertura cerimônia dos Jogos Olímpicos de Londres.

No clipe deste sábado, ela disse a Paddington que sempre manteve em sua bolsa o prato favorito do urso: um sanduíche de marmelada. We Will Rock You, do Queen, em seguida, abriu o show, com outros artistas, incluindo o elenco de Hamilton, Alicia Keys e Diana Ross.

A rainha Elizabeth II em um esboço cômico tomando chá com Paddington Bear na abertura dos shows em sua homenagem  Foto: Buckingham Palace/Studio Canal/BBC Studios/Heyday Films/PA Wire/Handout via Reuters

Os quatro dias de celebrações para marcar as sete décadas da monarca como rainha começaram na quinta-feira com um desfile militar e um sobrevoo da Força Aérea Real e uma missa de Ação de Graças na sexta-feira.

Falando para a multidão no show de sábado, Charles elogiou sua mãe e reconheceu outro ausente - seu pai, o príncipe Philip, que morreu no ano passado aos 99 anos.

“Meu pai teria gostado do show e se juntado a nós de todo o coração para celebrar tudo o que você continua a fazer por seu país e seu povo”, disse ele. “Você continua fazendo história.”

Continua após a publicidade

‘Soft power’

Elizabeth subiu ao trono aos 25 anos com a morte de seu pai, George VI, em 1952, herdando o domínio sobre um Reino Unido ainda emergindo da devastação da 2ª Guerra e com Winston Churchill como primeiro-ministro.

No total, houve 14 primeiros-ministros e 14 presidentes dos EUA durante seu reinado; o Muro de Berlim subiu e caiu; o Reino Unido aderiu e deixou a União Europeia; e a própria nação império outrora poderoso se desintegrou, substituído por uma Comunidade de 54 nações.

Elizabeth foi fundamental na criação desse último e muitos consideram seu sucesso como sua maior conquista.

As pesquisas sugerem que uma maioria confortável acredita que a monarquia deve permanecer. Uma pesquisa recente da Ipsos colocou o apoio à rainha em 9 em cada 10 entrevistados. Mas Charles é menos popular e o apoio entre os jovens está diminuindo.

Os admiradores veem a rainha como uma fonte de ‘soft power’ no mundo e um fator estabilizador: uma ponte entre o passado e o presente da nação.

Continua após a publicidade

Enquanto Charles prestava seu tributo, projeções da rainha, que ele havia selecionado, foram projetadas nas paredes do palácio.

As imagens incluíam um passeio de carruagem com o ex-presidente sul-africano Nelson Mandela durante sua visita de Estado em 1996 e seu famoso aperto de mão em 2012 com o ex-comandante guerrilheiro do IRA Martin McGuinness, que mais tarde se tornou o vice-primeiro-ministro da Irlanda do Norte.

Domingo será o último dia das comemorações, quando o cantor Ed Sheeran se juntará a cerca de 10 mil artistas e às forças armadas para um desfile que traçará um percurso semelhante ao tomada pela rainha em sua coroação./REUTERS

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.