A Polícia Federal apreendeu nesta quinta-feira seis Lamborghinis em exposição no estande da marca italiana no Salão do Automóvel, no Anhembi, zona norte, sob suspeita de importação ilegal. Juntos, os carros valem R$ 7,8 milhões. A suspeita é que a TAG Importadora, responsável pela vinda dos veículos, tenha sonegado R$ 1,173 milhão na importação. A PF havia apreendido outros 11 veículos em uma garagem da TAG na Avenida Brasil, zona sul, mas a medida foi revogada pela Justiça. Segundo o delegado Gilberto Pinheiro, os carros expostos entraram no Brasil em janeiro, por meio de uma admissão temporária, sem a realização dos testes de poluentes. ?Isso só é permitido quando a lei do país de origem do veículo é menos rígida do que a do Brasil. A Itália, onde os veículos foram fabricados, tem leis mais rígidas.? A PF suspeita que a intenção era vender os carros, e não somente deixá-los em exposição no Salão. Desde janeiro, a PF investiga a TAG. Em julho, a importadora foi procurada pela polícia e os donos da empresa, Pedro Scopel e Adriano Mariano Scopel, tiveram as prisões decretadas. Eles recorreram e não chegaram a ser presos. A empresa entrou com recurso e conseguiu que os veículos ficassem no Brasil e que a TAG fosse a fiel depositária deles. Nessa condição, os carros não poderiam ser comercializados, expostos nem rodar na rua. Há duas semanas, a Auto Europa, empresa que montou o estande no Salão do Automóvel e tem uma revendedora de veículos na Avenida Europa, entrou com pedido na Justiça Federal para obter autorização para expor os veículos. O pedido foi indeferido. O delegado disse haver fortes indícios de que a TAG seja uma empresa de fachada e tenha ligação com a Auto Europa. Se a suspeita se confirmar, a Auto Europa responderá pelos mesmos crimes que a TAG. Funcionários da Secretaria de Fazenda, da Receita Federal, da Polícia Federal e do Detran também estão sendo investigados no inquérito. ?Os veículos conseguiram entrar no Brasil com a alegação de que os testes de poluentes foram realizados. O período de permanência do veículo no País é de 90 dias. ?Os carros, ainda na condição temporária no Brasil, já tinham registro no Detran, o que não pode acontecer antes que a empresa peça a transferência do veículo e pague os impostos sobre ele?, disse o delegado. O Estado não conseguiu contato com os donos da TAG ontem.