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Foursquare, rede social em que todo mundo diz onde está e o que está achando do lugar começa a crescer no Brasil; nos EUA e na Europa, o uso constante da rede, que tem elementos de competição, dá desconto em bares e baladas

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Num mundo em que a preocupação com a privacidade parece importar menos na internet, um grupo de mais de 500 mil pessoas ao redor do planeta está compartilhando, em tempo real, informações sobre onde estão e o que estão achando disso. E com seus celulares, as milhares de pessoas de todos os cantos da cidade acompanham as avaliações que os amigos fizeram de passeios, exposições, restaurantes, bares e baladas do bairro. Digitalizada, a experiência de cada roda de amigos cai na rede e forma o Foursquare. Fundado há um ano, o site mistura rede social baseada em localização geográfica com competição, daí o nome – Foursquare é um jogo de quadra norte-americano com quatro quadrados desenhados no chão. Cada um no seu quadrado, o jogador não pode deixar a bola cair na sua área. O site tem ganhado adeptos na internet (500 mil usuários ao todo), incluindo no Brasil, em que já é usado pela mesma turma de blogueiros, publicitários e gente da área de tecnologia que também foram os primeiros brasileiros a aderir ao Twitter em 2007 quando o microblog ainda era desconhecido por aqui. No Foursquare você informa onde está pelo celular – o que no jargão do site, é chamado de "fazer o check-in". É claro que nada é monitorado. Você pode trapacear e fazer o check-in em um lugar mesmo se não estiver lá. Se disser a verdade – o que deixa o site mais interessante –, seus amigos veem na rede social que você está lá. Mais interessante do que fazer check-in é publicar dicas e recomendações – as chamadas "tips" (dicas, em inglês)– sobre os lugares que frequenta. Se você gostar da dica de alguém, ainda pode marcá-la na sua "to-do list" de programas que deseja fazer. As tarefas rendem pontos que depois se convertem em "badges" ou medalhas para quem conquista objetivos do site. Fazer check-in em 10 lugares diferentes dá a medalha de "aventureiro". Em 50 lugares diferentes, você ganha o título de "superstar". Check-ins em 10 galerias de arte, transformam você num "war-hol" ou num "jetsetter", se você visitar 10 aeroportos. E assim vai. O que você faz com as medalhas? Por enquanto nada, além de se exibir para os amigos. Mas nos Estados Unidos e na Europa, restaurantes e cafés já oferecem descontos para quem tiver mais pontos. Assim atraem a clientela que participa do site, disposta a explorar – online e offline ao mesmo tempo – as cidades em que vivem ou que visitam em busca de novos pratos, bebidas e companhias. A lista de descontos é publicada no site. A participação no Foursquare também dá títulos, como o de "mayor" (prefeito) para as pessoas que têm o maior número de check-ins em um mesmo lugar. É assim que Maria Carolina Cintra, da empresa de tecnologia que faz o site Migre.me, se tornou a "prefeita" da Prefeitura Municipal de São Paulo no Foursquare, pelo menos até alguém tomar seu lugar. "Fui algumas vezes a trabalho e cadastrei a Prefeitura. O dia que um funcionário de lá usar o Foursquare, eu perco o posto", diz, rindo. Ela usa o Foursquare há 4 meses, virou "prefeita" de outros 22 lugares e fez mais de 370 check-ins. Para Maria, o melhor são as dicas. "Descobri até lugares novos para almoçar perto do escritório."

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