A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) está investigando denúncias de ação de falsos agentes, que estariam cobrando propinas com o pretexto de evitar o fechamento de rádios piratas no Estado de São Paulo. Segundo o gerente da sub-procuradoria da Anatel na Capital, Paulo Januário, essas pessoas chegam a falsificar documentos da agência para "tomar dinheiro" das emissoras clandestinas. Uma das denúncias foi feita pelo radialista Adelson Pinheiro dos Santos, de 42 anos, ao delegado Jedeon Francisco Rossi, de Pereiras, interior de São Paulo. Segundo ele, a Rádio do Povo, da qual era funcionário, pagava R$ 350,00 por mês para que um funcionário da agência na Capital avisasse quando a Polícia Federal realizaria blitz na região. As ações da PF contra emissoras clandestinas são feitas em conjunto com a Anatel. O esquema funcionou até a semana passada, quando a PF apreendeu equipamentos da rádio em Pereiras, mas não conseguiu encontrar o proprietário, Eudo Martins Quaresma, vulgo "Frajola". Equipamentos estratégicos, como o transmissor e a antena de retransmissão, segundo o radialista, foram retirados antes da chegada da equipe de fiscalização. A rádio, que funcionava há dois anos na cidade, voltou a operar no dia seguinte. O denunciante pediu proteção à Polícia Civil, alegando que está sendo ameaçado de morte por funcionários da emissora. Januário negou a existência do funcionário de nome Márcio Mendes, denunciado pelo radialista, no quadro da agência. Segundo ele, tem ocorrido casos de pessoas se fazerem passar por agentes da Anatel. "Exploram o nosso bom nome", disse.