A tecnologia das televisões de plasma tem um longo futuro pela frente, apesar da pressão sofrida pela forte concorrência das telas de cristal líquido (LCD), afirmaram à Reuters fabricantes de telas de plasma durante feira de eletrônicos IFA, em Berlim. Veja também: Celular plugado no carro e bolsa-bateria para laptop No ano passado, as vendas de TVs LCD foram quatro vezes maiores do que as de plasma, de acordo com o instituto de pesquisa iSuppli, o que indica que a diferença saltará para sete para um este ano uma vez que o LCD entrou no território tradicional do plasma, as telas grandes. Mas a Matsushita, cujos televisores da marca Panasonic são os mais vendidos aparelhos de plasma do mundo, acredita que pode diminuir o avanço do LCD com uma combinação de melhoria na qualidade, corte de custos e maior eficiência no consumo de energia. Hiro Wada, que é responsável pelo planejamento dos produtos de imagem da Panasonic, disse acreditar que o plasma manterá sua fatia de pelo menos 30% do mercado das TVs de tela plana acima de 37 polegadas. "Temos uma chance porque a demanda por telas maiores está crescendo", disse Wada à Reuters em entrevista durante a IFA. Ele disse que a Matsushita, que está investindo US$ 1,5 bilhão em uma fábrica de telas de plasma no Japão, pretende seguir como número um do mercado de plasma. Ele acrescentou que a tecnologia do plasma, que é comercializada há apenas 10 anos, ainda tem muito espaço para crescer. A tecnologia das TVs de LCD é comercial há mais de 30 anos. O executivo disse ainda que a Panasonic pretende reduzir o consumo de energia de seus aparelhos em 20% ao ano. O plasma, um sistema de auto-iluminação, usa eletricidade para ativar minibolsas de gases presentes entre dois vidros para produzir a luz, permitindo imagens com alto contraste e sem reflexos vistas de diferentes ângulos. Já o LCD é iluminado por detrás e seus cristais produzem cores ao bloquearem quantidades variadas de luz. A tecnologia é geralmente mais eficiente no consumo de energia que o plasma e pode ser utilizada com baterias, o que a torna útil em dispositivos portáteis como celulares e câmeras digitais. Fabricantes de todos os tipos de televisão estão numa guerra de preços, e os fabricantes das TVs de plasma estão mais pressionados do que nunca, com o ganho de território dos produtores de LCD no mercado de grandes televisores. Wada disse que acredita numa queda de até 30% no preço dos televisores acima de 37 polegadas este ano, e o mesmo deve acontecer no ano que vem. A iSuppli prevê receita global de telas de plasma atingido os 10,2 bilhões de dólares no próximo ano. A Samsung, segunda maior produtora de telas de plasma do mundo, apresentou alguns modelos de televisões de LCD, mas não lançou nenhum novo modelo de plasmas na IFA. O chefe da divisão de telas digitais da LG Electronics, Simon Kang, disse à Reuters que a companhia continuará no segmento de plasma no longo prazo, apesar dos pedidos de alguns investidores para a empresa vender ou fechar as operações deficitárias com essa tecnologia. "Estamos otimistas, o plasma continua tendo seus fãs", afirmou o executivo.
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