
Marissa Mayer, gerente da área de produtos locais e geográficos do Google, afirmou em evento em Paris que o serviço de buscas automáticas ou contextuais será lançado apenas em 2011. A executiva reafirmou ainda o interesse do Google por uma ferramenta que o insira no mercado “social” e garantiu que a empresa seguirá comprando empresas ao ritmo de “uma por semana”.
O sistema de buscas automáticas, “por contexto”, ou ainda “busca sem busca” gera resultados baseados na localização do usuário. O software poderia, por exemplo, fazer sugestões de restaurantes interessantes nas redondezas, serviço que poderia agregar outras ferramentas como o Latitude e o HotPot.
A ferramenta pode ser bem utilizada para gerar lucro ao Google, através da venda de anúncios das lojas locais. Na outra ponta, resta saber se para o usuário tanta velocidade na busca pode ser útil. A ideia central, segundo a executiva é “empurrar informação às pessoas”.
Ponto definido por Mayer é o de que o sistema não será absoluto, ele ocupará apenas uma parte da tela. No browser “talvez seja um painel na parte direita ou embaixo, complementando a navegação”. Já nos dispositivos móveis, mais importantes justamente pelo fato de as informações geográficas estarem sempre em movimento, Mayer ainda está para definir como ficará o visual. “O UI (interface para usuário) é um grande desafio”, disse.
No LeWeb, Mayer foi entrevistada pelo jornalista Michael Arrington, da TechCrunch, a quem contou sobre sua nova área de trabalho. Em meados de outubro, ela deixou a área de buscas, com a qual já lidava há 11 anos, e passou a atuar diretamente com serviços de localização, com sistemas de mapas ou de geolocalização, como o Google Maps, Earth e o Latitude.
Mayer assumiu agora o projeto de buscas por contexto, já anunciado por Eric Schmidt, o CEO do Google, em setembro. O presidente-executivo disse, durante a IFA 2010, desejar muito um sistema de buscas automático, rápido e pessoal. “Eu quero que meu smartphone faça pesquisas constantemente”, disse à época.
Em setembro, quando Marissa Mayer apresentou o Google Instant, que faz com que resultados de buscas apareçam conforme se digita, ela demonstrou a preocupação da empresa em diminuir o tempo utilizado pelo usuário para fazer buscas. Citou que a média com o sistema anterior era de 24 segundos por uma busca, com o Instant 2 ou 5 segundos conseguiriam ser poupados. Com o “contextual discovery” o Google tenta fazer esse número desaparecer.
Google Social
Questionada sobre o Google +1, suposta rede social do Google já chamada anteriormente de Google Me e “Emerald Sea”, Mayer não negou a existência de esforços nesse sentido, como fez o brasileiro e gerente de produtos do Google, Hugo Barra, mês passado. A executiva disse a Arrington que o “social é importante para o Google” e que eles precisam trabalhar nesse sentido. “Há [o serviço de] buscas, mobile, local e social. Nós já temos os três primeiros certos. Estamos trabalhando no último”, finalizou.
Aquisições
O jornalista comentou sobre a indefinição (ou frustração?) sobre a compra do site de compras coletivas Groupon pelo Google e aproveitou para emendar algo que pode ser uma boa notícia para as startups do mundo. Arrington perguntou se há alguma compra de negócios em vista nos próximos seis meses. “Absolutamente”, disse Mayer, “nós estamos encaminhando para uma aquisição por semana. Nós fazemos uma, duas ou três grandes por ano. AdMob, ITA, esses negócios sempre estão nos planos”, garantiu.
As mais caras aquisições do Google foram a AdMob, em 2009, por US$ 750 milhões, a ITA Software, em 2010, por US$ 700 milhões, a DoubleClick, em 2007, por US$ 3,1 bilhões e o YouTube, em 2006, por US$ 1,65 bilhão.