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Investidora e presidente da G2 Capital, uma boutique de investimento em startups. Escreve mensalmente às terças

Opinião | Empresas correm para investir em IA, mas a maioria ainda está perdida

Para gerar impacto real, a IA deve ser usada de forma estratégica

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A Inteligência Artificial (IA) deixou de ser um luxo e se tornou essencial para os negócios, mas poucas empresas sabem como usá-la de forma eficaz. Apesar do entusiasmo pelo seu potencial, 55% dos CEOs consideram a implementação um grande desafio, segundo a KPMG. O problema não está na tecnologia em si, mas na falta de estratégia para aplicá-la de forma alinhada aos objetivos da empresa. Sem esse direcionamento, investir em IA pode resultar em altos custos sem retorno.

Empresas que não souberem medir seu impacto financeiro correm o risco de desperdiçar milhões Foto: Joel Saget/AFP

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Para gerar impacto real, a IA deve ser usada de forma estratégica em áreas como eficiência operacional, cibersegurança e inovação. Empresas que não souberem medir seu impacto financeiro correm o risco de desperdiçar milhões. A chave não é apenas adotar IA, mas garantir que ela resolva problemas concretos e traga resultados mensuráveis. A tecnologia pode gerar valor real em três áreas:

Eficiência operacional: IA reduz desperdícios, otimiza processos e corta custos, que podem prever falhas em máquinas ou melhorar a gestão de estoques.

Cibersegurança: Com ataques digitais em alta, IA protege dados e evita prejuízos milionários, sendo usada por gigantes da tecnologia para detectar ameaças em tempo real.

Inovação e novos modelos de receita: IA impulsiona crescimento, seja personalizando experiências ou criando novos negócios.

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Porém, muitas empresas cometem um erro fatal: investir em IA sem integrá-la à estratégia. Um estudo da McKinsey mostra que menos de 20% das companhias conseguem escalar a tecnologia de forma eficaz. Ou seja, não basta ter IA, é preciso usá-la para resolver problemas reais. Antes de investir na tecnologia, as empresas devem responder três perguntas essenciais:

  1. Problema real: IA só faz sentido se resolver um desafio estratégico, como reduzir custos, aumentar eficiência ou melhorar a experiência do cliente.
  2. Medição de impacto: Sem métricas claras, a empresa não sabe se a IA gera valor ou apenas consome recursos, como mostra o alto índice de projetos que falham na fase piloto.
  3. Capacitação da equipe: Tecnologia sem preparo humano gera dependência e limita resultados; empresas de destaque investem na qualificação contínua dos profissionais.

Se a resposta for ‘não’ para qualquer uma dessas perguntas, o caminho mais inteligente não é desistir, mas ajustar a rota antes de investir milhões. A IA pode ser uma alavanca poderosa, mas só para empresas que sabem como transformá-la em resultado concreto.

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