E-commerce de café começa a ganhar força

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Por Agencia Estado
Atualização:

O mercado de café está participando da tendência crescente de comercialização de commodities através da Internet. O que ainda não se sabe, porém, é se há volume de comércio suficiente para manter os negócios em funcionamento. Numa tentativa de obter adesões a esse tipo de comércio de forma rápida, duas das plataformas de comércio na rede - InterCommercial (www.intercommercial.com) e EGreenCoffee (www.egreencoffee.com), com sede nos Estados Unidos - anunciaram vários negócios e alianças nas últimas semanas. Outra empresa, a Comdaq (www.comdaq.com), também americana, está batalhando por um lugar nesse setor. Todas as três empresas estão testando a aplicabilidade de suas plataformas no segmento de café que movimenta US$ 50 bilhões por ano. Analistas afirmam que há espaço para apenas uma plataforma de negócios virtuais. ?Há espaço para apenas um site de comercialização, pois o mercado do café não é muito grande?, disse um trader de uma corretora européia de destaque. Modelo As três empresas estão tentando casar seu modelo de negócio à forma tradicional praticada nos negócios de café, que depende fortemente de relações interpessoais. O diretor de desenvolvimento de mercado e negócios da Comdaq, Clive Furness, não revela quanto o site já negociou, mas diz que vê fluxos de 4 mil a 5 mil toneladas métricas, ou seja 65 a 85 sacas de oferta de compra e venda de café verde por dia. Comdaq lançou seu site em janeiro. O comércio pela Comdaq também se baseia em negócios anônimos entre parceiros pré-aprovados, com mensagens na tela e e-mails dando conta de cada estágio da transação. A empresa também está se preparando para lançar sites de oferta e leilões que funcionarão, ambos, com seleção das partes pré-aprovada. No caso dos leilões, poderá haver oferta aberta. Clive Furness, da Comdaq, explica que a força do site está na sua tecnologia de informação, que inclui ferramentas para os usuários instalarem sua extranet para comercialização exclusiva e customizada, ou seja, seguindo suas características. Isso não vai requerer recursos tecnológicos dos clientes, uma vez que será hospedada e mantida pela Comdaq. A InterCommercial espera lançar o seu no final deste ano, quando completa a captação dos recursos necessários. A InterCommercial rejeita as ofertas de compra anônima e argumenta que não combina com a comercialização tradicional do café. ?O mercado de café não diz respeito somente ao melhor preço, portanto, qualquer sistema baseado em comercio anônimo, que retire o controle total sobre quem é o seu parceiro na negociação, não irá funcionar?, afirma o vice-presidente executivo da InterCommercial, Michael Corcoran. A InterCommercial não cobra comissão nos negócios e sua principal receita virá de taxa de adesão. A EGreenCoffee, lançada em julho, tem 200 integrantes, incluindo torrefadores, que respondem por 60% do café consumido no mundo e já negociou 200 mil sacas de café até o momento. A plataforma de negócios da EGreenCoffee foi desenhada para aproximar parceiros comerciais pré-selecionados e pré-aprovados. Quando as ofertas de compra e venda são apresentadas, somente quem está cadastrado tem autorização para fechar o negócio, que permanece anônimo. O portal cobra uma comissão pela transação. O coordenador de marketing da EGreenCoffee, Dimple Ahluwalia, disse que a companhia não teve nenhuma reclamação ou problema com a comercialização anônima. Mudança de hábito Participantes do mercado afirmam que o grande desafio do comércio através da rede será a mudança de hábitos. Alguns nomes, contudo, já estão envolvidos nesse processo. A Procter & Gamble Co., proprietária da marca Folger, anunciou seu apoio a InterCommercial. ?Nós acreditamos que a Internet pode fornecer algumas vantagens para nós?, disse Phillip Maloney, gerente sênior de compras de café verde da Procter & Gamble. Ele destacou que a empresa acredita que a rede ajudará a formatar o mercado e cita a possibilidade de automatização de várias operações realizadas após o negócio fechado, como por exemplo, o envio de notas. ?É uma indústria que envolve muito papel?, afirmou. A Volcafé, uma das maiores tradings mundiais de café, comprou o controle acionário da InterCommercial no mês passado, enquanto a torrefadora italiana Luigi Lavazza SpA afirmou que quer comprar cerca de 20% a 25% da sua demanda de café verde pelo EGreenCoffee dentro de alguns anos. Uma aliança que anuncia a mudança na cara do mercado foi feita pela Sucden Ltda, empresa da trading francesa Sucden SA, pela qual integrantes do EGreenCoffee irão ganhar acesso às transações futuras on-line na Liffe, de Londres, a partir do final de novembro. Do outro lado do Atlântico, a Bolsa de Nova York (NYBOT) já assinou um memorando de interesse com a InterCommercial, no qual os usuários terão acesso imediato ao sistema de ordens eletrônicas da NYBOT e, quando totalmente implantado, acesso a sua plataforma de comércio. A onda de comércio eletrônico está longe do final e anúncios de mais parcerias são esperadas nas próximas semanas. Mas nenhum anúncio virá da Comdaq. ?Nós estamos neutros e não temos nenhuma intenção de ter parceiros?, afirmou Furness. ?Não há nenhum acionista nesta companhia que tenha uma posição de destaque em qualquer parte do mercado em qualquer um dos produtos que nós negociamos?, finalizou. As informações são da Dow Jones.

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