A difusão do uso da Internet, através da oferta de estímulos à universalização do acesso à rede, é um dos desafios do futuro governo de Luiz Inácio Lula da Silva, de acordo com empresários ouvidos pela Agência Estado. Para o CEO do provedor iBest, Marcos Wettreich, o novo governo deve encontrar formas de promover a informatização de colégios, faculdades, bibliotecas e órgãos de ensino em geral. "Subsídios para a fabricação e distribuição, menores alíquotas de importação e redução dos impostos também são bem-vindas", disse o executivo. Na avaliação do diretor-geral da Impsat, Célio Bozola, a universalização da Internet, com foco nas escolas públicas, é uma forma de diminuir a distância entre escola publica e privada. Além da difusão da internet, o presidente da CPM, integradora de tecnologia, Antonio Carlos Rego Gil, ressaltou a importância de o governo concentrar iniciativas no desenvolvimento de software, como facilitador do processo de inclusão digital, além de incentivar a formação de "consórcios" nacionais de exportadores ou grandes conglomerados. Tributação e componentes A redução da carga tributária foi lembrada pelo presidente da Associação das Empresas Prestadoras de Serviços Especializados de Telecomunicações (TelComp), Luis Cuza. "As empresas de telecomunicações pagam mais do que o dobro de impostos se comparadas às outras prestadoras de serviços públicos, como água e energia", afirmou Cuza, ao ressaltar que o futuro governo deve promover as exportações de insumos em telecom e apoiar a manutenção do modelo de abertura do setor. Na avaliação do diretor-geral da Impsat, é preciso estimular a produção de componentes no País de forma a reduzir o déficit da balanço do setor eletroeletrônico. No campo das telecomunicações, ele destacou a necessidade de se evitar o retorno para uma situação de monopólio, embora privado, e de fortalecer a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). O presidente da CPM também enfatiza a necessidade de alteração do modelo para adaptá-lo à tendência global de convergência das tecnologias.