A Apple deve firmar uma parceria com a chinesa Alibaba para levar sua plataforma de inteligência artificial (IA), a Apple Intelligence, ao país, de acordo com o site especializado The Information. O acordo foi encaminhado pelas duas empresas após a fabricante do iPhone ter rejeitado uma parceria com a startup DeepSeek, que recentemente causou alvoroço no mercado ao anunciar seu modelo de IA open source de baixo custo.
A Alibaba (também dona do AliExpress) desenvolve IA por meio da subsidiaria Alibaba Cloud. A tecnologia da gigante chinesa é o Qwen, uma família de modelos de código aberto focado em programação.

Em janeiro, a Alibaba lançou uma atualização que, segundo a empresa, tornava o Qwen capaz de superar o DeepSeek e outros concorrentes do setor, como o Llama, da Meta. O upgrade se chama: Qwen 2.5 Max. “Ele alcança desempenho competitivo em relação aos modelos de primeira linha”, disse a empresa na ocasião.
Outra empresa havia sido cogitada pela Apple para levar a Apple Intelligence aos clientes na China, a Baidu. Mas dificuldades em adaptar os modelos da gigante chinesa de buscas inviabilizaram o negócio. A Baidu é, por vezes, considerada o equivalente ao Google no país.
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Quando as ações de gigantes de tecnologia caíram uma semana após o lançamento bombástico da DeepSeek, as da Apple subiram. Analistas entendem esse movimento com a percepção de que modelos menores de IA possibilitarão que a empresa de Tim Cook os adicione à seus dispositivos - e eventualmente os rode localmente. Ou seja: a Apple precisa se posicionar rápido no mercado de IA para que essa expectativa não se quebre.
Embora a China seja um mercado estratégico para a Apple – e para todas as fabricantes de smartphones porque é o maior mercado de dispositivos no mundo –, o principal novo recurso da empresa ainda não estreou por lá. Tim Cook, CEO da empresa, citou a ausência da Apple intelligence como um dos fatores que levaram a uma recente queda de 11% nas vendas do iPhone na China. A brecha foi preenchida por fabricantes locais, como a Huawei, que fortaleceram sua presença no mercado.

É importante para a Apple acertar o lançamento da sua ferramenta de IA antes da estreia do novo iPhone SE, o modelo “barato” que historicamente impulsiona as vendas da marca tanto na China quanto na Índia, dois mercados considerados essenciais para as metas da empresa.
O lançamento do novo dispositivo da Apple deve acontecer ainda em fevereiro, segundo fonte ouvidas pela Bloomberg. A ideia é que a empresa seja discreta e não faça um megaevento para anunciar o smartphone.
Mudanças importantes no design do novo modelo são especuladas por especialistas e pessoas do mercado. A tendência é que o visual atualizado do dispositivo seja parecido com o iPhone 14 e inclua a Apple Intelligence e entrada USB-C para carregamento. Usuários do iPhone SE atual reclamam que ele está muito desatualizado: esse é o único smartphone da Apple a ter o botão Home no display e não tem Face ID.

Antes de se acertar com a Alibaba, a Apple fez parceria com a OpenAI para o lançamento do Apple Intelligence nos Estados Unidos. Esse acordo deu acesso ao ChatGPT à assistente inteligente do iPhone, a Siri. A Apple não descarta mais parcerias, inclusive com o Gemini, do Google.