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Conheça Linda Yaccarino, nova CEO do Twitter indicada por Musk

Executiva tem 59 anos e passou grande parte da carreira como especialista de marketing e publicidade

Por Faiz Siddiqui e Sarah Ellison

THE WASHINGTON POST - A fumaça branca — ou azul — já subiu a chaminé do Twitter menos de 24 horas após Elon Musk anunciar a contratação de uma nova CEO. A escolha do bilionário por Linda Yaccarino parece destinada a resolver vários problemas que o site de mídia social enfrenta após a tumultuada aquisição da empresa em outubro.

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Linda Yaccarino, executiva que atuava, até a última semana, como presidente de publicidade global e parcerias do grupo de mídia americano NBC Universal, traz vasta experiência em gerar receita e parcerias com marcas-chave, e também terá que equilibrar a necessidade de implementar as políticas de Musk voltadas para maximizar sua visão de “liberdade de expressão”.

Formada em telecomunicações pela Universidade Estadual da Pensilvânia, a executiva começou na indústria de mídia como estagiária em um dos departamentos de planejamento da NBC Universal e passou quase duas décadas em publicidade, marketing e aquisições na Turner antes de voltar para a NBC, onde trabalhou por mais de uma década.

Durante sua gestão da NBC Universal, Linda consolidou muitas das equipes individuais de marketing e vendas do grupo — trabalhou para a Bravo TV, Peacock, USA, Syfy e outras unidades operacionais da NBCU - em uma estrutura centralizada de marketing e vendas para a empresa.

Ela é bem conhecida entre CEOs e executivos de marketing e pode servir como um “curativo” para algumas das relações fraturadas de Musk nessa arena, disse uma pessoa próxima a ela que falou sob condição de anonimato para discutir assuntos internos sensíveis ao jornal americano The Washington Post.

“Tem sido uma honra absoluta fazer parte da Comcast NBCUniversal e liderar a equipe mais incrível”, disse Linda em um comunicado. “Transformamos nossa empresa e a indústria inteira - e estou muito orgulhosa do que realizamos juntos.”

A executiva também trabalhou de perto com o Twitter, que conta com a NBC Universal como seu maior parceiro de mídia, tentando extrair dólares de publicidade de grandes momentos esportivos como a Copa do Mundo e as Olimpíadas.

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Na semana passada, a NBCU anunciou um acordo expandido com o Twitter para os Jogos Olímpicos de 2024 em Paris, que inclui uma chamada “Contagem Regressiva de 25 dias para Paris”, apresentando clipes diários de atletas ou eventos que antecedem as Cerimônias de Abertura, e destaques em tempo real e um show exclusivo ao vivo no Twitter durante os Jogos.

Linda esteve com Musk em meados de abril, durante uma conferência realizada em Miami  Foto: Rebecca Blackwell/AP Photo

‘Amiga’ de Musk

Linda já elogiou Musk publicamente em diferentes momentos, inclusive recentemente, quando participou de um programa de TV americano. Em defesa do novo chefe, a executiva disse a colegas, na ocasião, que as pessoas se prendem aos tuítes erráticos de Musk, mas que ela o vê pronto para estabelecer parcerias comerciais nos bastidores.

Em 2018, o ex-presidente dos EUA Donald Trump a nomeou para o Conselho do Presidente sobre Esportes, Fitness e Nutrição. Como presidente do Ad Council, Linda também se associou à Casa Branca de Joe Biden em 2021 para criar uma campanha de vacinação contra o coronavírus com a participação do Papa Francisco.

O momento da nomeação de uma nova CEO é benéfico para Musk. A Tesla realiza sua reunião anual de acionistas na terça-feira, 16, em Austin. Musk insinuou, na noite de quinta-feira, 11, a necessidade de demonstrar seu compromisso com a empresa de veículos elétricos.

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“Acreditamos que Musk deixar o cargo de CEO do Twitter antes do que se pensava é um desenvolvimento positivo para a Tesla, bem como para a SpaceX”, disse Dan Ives, analista da empresa Wedbush, em uma nota. Ives elogiou Musk por “finalmente entender a situação” e parar de “tentar equilibrar o Twitter, Tesla e SpaceX como CEOs, uma tarefa impossível que precisava mudar”.

“Há um grande trabalho pela frente para o Twitter na frente da publicidade digital, pois a plataforma agora precisa recuperar os anunciantes enquanto monetiza sua base de usuários”, escreveu Ives.

Desde que assumiu o Twitter, a empresa dispensou cerca de 80% de seus antigos 7,5 mil funcionários e embarcou em um significativo corte de custos que, por vezes, afetou a confiabilidade do site. Enquanto isso, a equipe de Musk restaurou milhares de contas anteriormente banidas e trouxe de volta usuários de alto perfil, como Trump e o site satírico cristão favorito de Musk, o Babylon Bee. Musk também impulsionou uma linha do tempo curada e dirigida por algoritmos e um modelo de assinatura que cobra $8 por mês pelos distintivos azuis característicos do Twitter, denotando verificação, redefinindo um modelo que ele criticou como um “sistema de senhores e camponeses”.

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Além dos anunciantes, o Twitter e Musk enfrentaram pressão de usuários e de alguns que apoiaram a proposta de Musk. De mais de 17 milhões de votos, 57,5% dos entrevistados disseram que Musk deveria desistir do cargo. Musk concordou, dizendo que renunciaria ao trabalho ao encontrar alguém “suficientemente tolo para aceitar o emprego”.

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