“Não tenho planos para o que faria se tivesse o TikTok”, disse Elon Musk em uma entrevista durante o Welt Economic Summit em 28 de janeiro, mas só divulgado recentemente. “Acho que eu olharia para o algoritmo e tentaria decidir: O quão útil ou benéfico é esse algoritmo? E o que podemos fazer para mudar o algoritmo para ser mais produtivo e, no final, ser benéfico para a humanidade”.
As falas do bilionário aconteceram depois que Donald Trump estendeu – por ao menos 75 dias – a operação do aplicativo de vídeos curtos nos Estados Unidos. A ideia do republicano é ganhar tempo até encontrar um comprador americano para o TikTok.
Na prática, Trump faz uma espécie de leilão público do app. Ele já disse, em frentes às câmeras, e para Larry Ellison (Oracle), Sam Altman (OpenAI) e Masayoshi Son (SoftBank) que aprovaria a compra do TikTok por Elon Musk e depois sugeriu que Ellison também pudesse comprá-lo.
Em uma outra tentativa de resolver o impasse, Trump assinou um decreto para criar um fundo soberano que poderia comprar uma participação no app. Nesse sentido, um acordo entre a Perplexity AI, empresa concorrente da OpenAI no desenvolvimento de chatbots, e a chinesa dona do TikTok, ByteDance, mais o governo dos EUA, que resultaria em uma holding, foi ventilado, mas não avançou, segundo a agência de notícias AP.
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Analistas americanos entendem que há muitas indefinições – inclusive jurídicas – sobre o futuro do app. Até porque, o presidente já disse que “poderia ver” o governo tomar participação de 50% no TikTok, e assim fiscalizar o app.
Musk, portanto, também não quer se comprometer e arrematar mais uma rede social. “Eu não fiz nenhuma oferta pelo TikTok”, disse na entrevista.
Atualmente, Musk tenta encontrar formas de tornar o X lucrativo. Quando o bilionário comprou a rede social por US$ 44 bilhões, disse que o transformaria em um “aplicativo para tudo”, semelhante ao WeChat na China. Depois afirmou que a plataforma permitira ao usuário controlar seu “mundo financeiro inteiro” lá dentro.
O último anúncio que adicionou alguma funcionalidade ao X aconteceu no final de janeiro, quando Linda Yaccarino, CEO da companhia, disse que a rede apresentaria em 2025 uma carteira digital que funciona por meio de uma plataforma da operadora de cartões Visa. O nome da empreitada é X Money.
A participação de Musk no Welt Economic Summit focou mais nos seus planos para o Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), mas o assunto TikTok durou cerca de 20 minutos, tempo suficiente para o bilionário se dizer alheio ao funcionamento do app. Musk disse que não “usa o TikTok pessoalmente” e não é familiarizado com ele”.
Sobre a compra do X, Musk a descreveu como uma anomalia em sua carreira: “Eu geralmente construo empresas do zero”.
Musk, agora, está mais focado em tornar sua incursão pela Casa Branca a mais efetiva. O bilionário e seus aliados já conseguiram o controle agências federais e ganharam o acesso a grandes quantidades de dados sensíveis ao acessar o sistema central de pagamentos do Departamento do Tesouro – que foi bloqueado dias depois por um juiz federal.
“Com respeito ao governo, realmente o desafio é superar a burocracia” disse Musk. “Eu acho que a burocracia é talvez a penúltima batalha. A batalha final é derrotar a entropia”.
