A China retaliou as tarifas dos Estados Unidos, na última semana, com uma série de medidas que visavam as empresas americanas. Junto com a imposição de tarifas e restrições de importação, o país disse que havia iniciado uma investigação antitruste sobre o Google.
O anúncio da investigação foi vago - apenas uma linha no site de uma agência chinesa. Mas colocou o Google, cujo mecanismo de pesquisa não está disponível na China, no meio de uma disputa geopolítica e acrescentou à longa lista de problemas regulatórios da empresa.
Um porta-voz do Google se recusou a comentar sobre a investigação do governo chinês.
O Google tem o mecanismo de busca mais usado do mundo e também lidera o mercado de publicidade digital. A empresa tem enfrentado investigações antitruste em todo o mundo, inclusive nos Estados Unidos, Canadá, Europa e Coreia do Sul.
Embora ainda não esteja claro como a investigação antimonopólio da China se desenvolverá, ela poderá afetar as negociações do Google com empresas chinesas. Veja mais informações sobre as operações limitadas da empresa no país:
O que a China anunciou?
A autoridade antitruste da China, a Administração Estatal para Regulamentação do Mercado, disse que planejava investigar o Google. A autoridade acusou o Google de violar uma lei antimonopólio sem fornecer mais detalhes.
O mesmo órgão está investigando a Nvidia, a gigante americana fabricante de chips, por motivos antitruste desde dezembro.
O Google é banido na China?
Os principais produtos do Google não estão disponíveis na China devido às restrições de censura do país. O mecanismo de pesquisa da empresa, a plataforma de vídeo YouTube e a loja virtual Play Store, de apps para celular, não estão disponíveis no país.
O Google opera na China?
O Google disse que mantém uma presença limitada na China, com a maior parte de sua atividade voltada para ajudar as empresas chinesas a se conectarem com clientes e públicos fora do país. Isso inclui o fornecimento do Android, seu sistema operacional móvel, para fabricantes de telefones chineses como Lenovo, Xiaomi e Vivo. O código do Android é aberto, portanto, os fabricantes de telefones podem usá-lo sem nenhum custo.
A empresa do Vale do Silício também permite que as empresas chinesas anunciem no Google e no YouTube fora da China. A Temu, braço internacional da gigante chinesa do comércio eletrônico Pinduoduo, inundou o Google com anúncios de produtos baratos para conquistar mais clientes nos Estados Unidos. A Shein, uma empresa chinesa de roupas, também anuncia nos serviços do Google fora da China.
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Como relacionamento do Google com a China evoluiu?
O Google tem um histórico difícil na China. A empresa retirou seu mecanismo de busca do país em 2010 devido à censura do governo e ao que a empresa disse ser um ataque cibernético de hackers chineses tentando obter acesso às contas de e-mail de ativistas de direitos humanos.
Sergey Brin, cofundador do Google, disse na época que a empresa se opunha às políticas “totalitárias” da China no que se refere à censura, ao discurso político e às comunicações pela internet.
Mas, com o crescimento da internet na China, o Google se sentiu tentado a voltar a participar. Em 2018, a empresa estava desenvolvendo um aplicativo de pesquisa para a China chamado Dragonfly, que teria censurado informações proibidas pelo governo chinês. O projeto causou indignação entre os funcionários do Google e, em 2019, a empresa disse que havia interrompido o esforço.
O Google também abriu um centro de inteligência artificial (IA) na China em 2017, dizendo que “a ciência da IA não tem fronteiras”. Dois anos depois, a empresa fechou o centro e enfatizou que não estava mais realizando pesquisas de IA na China.
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