A China iniciou uma investigação antitruste contra o Google. O anúncio feito nesta terça-feira, 4, é parte de um contra-ataque após Donald Trump impor tarifa de 10% sobre produtos chineses e intensificar as sanções de chips para desenvolvimento de inteligência artificial (IA).
Conduzida pela Administração Estatal de Regulação do Mercado da China, a investigação vai analisar supostas práticas monopolistas da gigante americana. Mesmo que os serviços de busca e internet do Google sejam bloqueados na China desde 2010, a empresa ainda opera no país, principalmente na área da publicidade. Um processo similar contra a Nvidia foi movido em dezembro de 2024.

Também entra na investigação o domínio do sistema operacional móvel da gigante, o Android, que é acusado de danificar os celulares das fabricantes chinesas, como Oppo e Xiaomi. Autoridades chinesas avaliam investigar a Intel sobre a mesma acusação, segundo o Financial Times.
“Como o Google é suspeito de violar a Lei Antimonopólio da República Popular da China, a Administração Estatal de Regulação do Mercado lançou uma investigação contra a empresa de acordo com a legislação vigente”, diz o comunicado oficial da entidade chinesa. O governo da China não deu mais informações sobre o processo.
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O Google também enfrenta processos antitruste nos EUA. Segundo Sundar Pichai, CEO da companhia, esses processos podem se arrastar por muitos anos. Recentemente o executivo disse que vai “defender vigorosamente” a capacidade de inovar da empresa e não permitirá que isso prejudique a forma com que oferece seus produtos aos usuários. As acusações envolvem domínio ilegal do Google no mercado publicitário e nas buscas online.
Além disso, Pequim impôs uma tarifa de 15% sobre exportações de carvão e gás natural vindos dos EUA, e 10% sobre petróleo e equipamentos agrícolas. Autoridades chinesas também colocaram a PVH Corp., proprietária da Calvin Klein, e a empresa de sequenciamento genético Illumina à lista de entidades restritas, ao mesmo tempo que implementou novos controles de exportação para materiais relacionadas ao tungstênio, matéria de aplicação militar.

Trump justifica as sanções como resposta à suposta falha de Pequim em conter o fluxo de drogas ilegais. As medidas reacenderam as tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo.
O republicano disse na segunda-feira, 3, que sua administração planejava falar com o presidente chinês Xi Jinping “provavelmente nas próximas 24 horas” e que os encargos serão “muito, muito substanciais” se um acordo não puder ser alcançado.
Os EUA devem anunciar mais tarifas sobre exportações, inclusive contra México e Canadá que deveriam ser afetados nesta semana. As taxas americanas, no entanto, foram suspensas por mês até a negociação sobre segurança e comércio ser retomada.

A medida de congelar tarifas contra países que fazem fronteira com os EUA aconteceu após o primeiro-ministro canadense Justin Trudeau e a presidente do México, Claudia Sheinbaum, anunciarem reforços às fronteiras.
O canadense decretou um investimento de US$ 1,3 bilhões para controlar o tráfico de fentanil na fronteira. A iniciativa vai reforçar a região com helicópteros, tecnologia de monitoramento e fiscais. Quase 10 mil pessoas estão envolvidas no plano, segundo o país. A presidente do México disse que enviará 10 mil membros da guarda nacional para a fronteira.