Um homem que a polícia está procurando em conexão com o assassinato de Brian Thompson, o diretor executivo da UnitedHealthcare, passou por várias câmeras de vigilância em Manhattan, nos EUA. Será que o reconhecimento facial baseado em inteligência artificial poderia dar um nome ao homem cuja identidade passou tanto tempo desconhecida pela polícia?
A polícia divulgou duas imagens de câmeras de vigilância nas quais é possível ver todo o rosto de uma pessoa que as autoridades estão procurando, inclusive uma em que ele está sorrindo. Ambas as imagens são granuladas e seu rosto é capturado de um ângulo acentuadamente descendente.
Anil Jain, especialista em tecnologia de reconhecimento facial da Universidade Estadual de Michigan, disse que a foto em que o homem está sorrindo contém detalhes suficientes para que um sistema de reconhecimento facial produza possíveis resultados.
“O desafio será saber em qual banco de dados de rostos fazer a pesquisa”, disse o Dr. Jain. Os agentes da lei poderiam pesquisar o banco de dados de fotos do FBI, os bancos de dados de carteiras de motorista do Estado de Nova York e dos estados vizinhos ou fotos públicas na Internet usando um sistema como o Clearview AI.
Uma pesquisa de reconhecimento facial produziria uma lista de pessoas consideradas de aparência semelhante à da pessoa na foto original. A polícia precisaria encontrar outras evidências para vincular uma pessoa identificada dessa forma ao crime, disse o Dr. Jain, ou correria o risco de fazer uma prisão indevida.
Outros especialistas discordaram quanto à utilidade das imagens para identificar o homem.
Alessandro Acquisti, professor de tecnologia e política da Carnegie Mellon University, disse que as fotos compartilhadas com o público não seriam suficientes para identificar exclusivamente o homem porque não eram imagens em que ele estava totalmente de frente. No entanto, elas poderiam ajudar a “restringir o grupo de prováveis suspeitos”, disse ele.
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Giorgi Gobronidze, executivo-chefe da PimEyes, um mecanismo de busca facial que qualquer pessoa pode usar para encontrar fotos de alguém na internet, estava cético quanto à possibilidade de as imagens de baixa qualidade produzirem resultados confiáveis. Um sistema de reconhecimento facial funciona melhor com uma foto de alta resolução de alguém olhando diretamente para a câmera.
Gobronidze também disse que o reconhecimento facial automatizado só funcionaria se as imagens da pessoa estivessem no banco de dados que está sendo pesquisado.
“Se a pessoa na imagem tiver pouca ou nenhuma presença online”, disse Gobronidze, o PimEyes “não conseguirá encontrar nada”.
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