A Huawei usou o Mobile World Congress (MWC), principal evento de telefonia móvel do mundo que acontece até quinta, 28, em Barcelona (Esapanha), para se defender das acusações do governo americano de que utiliza seus equipamentos para espionar para o governo chinês cidadãos de todo o mundo.
Na principal palestra do MWC desta terça, 26, Guo Ping, presidente do conselho da companhia, disse: "A Huawei nunca criaria backdoors, e jamais permitirá que alguém faça isso em nossos equipamentos. Levamos essa responsabilidade muito a sério". Backdoors são brechas propositalmente criadas em dispositivos que permitem espionagem.
"As operadoras são responsáveis pelas operações de segurança de suas próprias redes. As operadoras podem prevenir ataques externos".
Não apenas o executivo defendeu a empresa como também aproveitou para atacar o governo dos EUA. Ele disse que era uma ironia que o país que ataca a companhia por suposta espionagem é capaz de acessar os dados de cidadãos de diversos países. Ping fazia uma menção o Cloud Act, lei americana sancionada no ano passado que obriga empresas de internet dos EUA, como Amazon, Google e Microsoft, a fornecer dados ao governo do país de qualquer um de seus usuários, independentemente do seu país de residência.
Disse também que os EUA não têm evidência de que a infraestrutura de 5G da companhia permite espionagem.
Ping citou o tuíte de Donald Trump no dia 21, no qual dizia que quer 5G nos EUA o mais rápido possível. Ping concordou e disse que, de fato, os EUA precisam de redes mais rápidas.
O MWC têm sido um palco para debates sobre a segurança da presença da Huawei na expansão do 5G no mundo.