Guerra pode ajudar setor de software brasileiro

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Por Agencia Estado
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A eclosão da guerra na Ásia Central pode trazer benefícios ao desenvolvimento do setor de software no Brasil. A tese é do diretor-geral da empresa Rational Software para a América Latina, Marco Bravo, em entrevista à Agência Estado. Ele observou que muitas empresas americanas e européias contratam o desenvolvimento de programas de computador na Índia e no Paquistão visando a se beneficiar de mão-de-obra mais barata naqueles países. A guerra, porém, pode levar algumas empresas a buscar outras alternativas de suprimento, o que pode beneficiar o Brasil, observou Bravo. O diretor da Rational, empresa sediada em Cupertino, na Califórina, com faturamento anual de US$ 811 milhões, estima que o mundo emprega 13 milhões de pessoas na produção de programas de computador. No Brasil esse contingente está estimado em 65 mil profissionais, o que corresponde a 0,5% do total. Ele estima que o País tem potencial para pelo menos dobrar e até triplicar essa participação. Salários Na Índia, segundo Bravo, um profissional qualificado na área de desenvolvimento de software tem salários anuais da ordem de US$ 15 mil e esse valor seria seis vezes maior nos Estados Unidos. O profissional brasileiro com capacitação equivalente estaria na faixa intermediária, com salários anuais em torno de US$ 40 a US$ 50 mil, estima. Outra vantagem brasileira, é que o país tem um grande mercado interno de software e está conseguindo melhorar substancialmente a infra-estrutura de comunicação. Bravo considera que o Brasil já tem um sistema de comunicações que permite integração rápida com os países desenvolvidos, o que facilita a prestação de serviços à distância. Um dos obstáculos a essa integração, a seu ver, é o fato de o Brasil ter poucas empresas produtoras de software de padrão internacional. O setor é constituído, em sua maioria, por micro e pequenas empresas, que nem sempre estão capacitadas para atender os prazos e exigências das grandes multinacionais do setor. Por isso, ele recomenda que se faça no País o que foi feito na Índia, com a fusão e consolidação de várias empresas de pequeno porte em grupos maiores e melhor estruturados.

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