É preciso um olhar atento para perceber, entre as dezenas de gabinetes, teclados e acessórios para micros, uma legítima máquina da HP à venda em uma loja da rua Santa Ifigênia. Considerada a meca do micreiro paulista, para onde convergem consumidores da grande São Paulo e mesmo de outros estados, a região é povoada por centenas de pequenas lojas onde se encontra de Hds a cartões de memória. É claro que a região carrega a pesada fama de ser um pólo ativo de distribuição de produtos piratas e contrabandeados (versões ´genéricas´ do iPod ou tocadores com a marca Sony são vistas em várias lojas). Apesar disso, há, sim, a venda de produtos legais em diversas lojas, distribuídas legalmente, através de canais de distribuição (marcas como Genius, Leadership e Clone exploram o relacionamento com lojistas sérios para divulgar suas marcas). E que inclui micros da HP. Quem assumiu a ponta nesse movimento foi a rede de revendas Quallicomp, que está trabalhando com desktops da série dx2025 e pretende continuar oferecendo equipamentos da HP aos seus clientes. "É engraçado a reação das pessoas. Tem gente que duvida e pergunta: ´é mesmo uma máquina da HP ou só o gabinete com a marca?´. Está sendo uma experiência nova para nós", diz Ricardo Wagner, gerente comercial da HP Brasil. As máquinas são modelos simples, equipadas com o processador Celeron da Intel, trazendo 128 MB de memória e HD de 40 GB, com o sistema operacional Freedos, tudo isso por R$ 859,00. "Em compensação a máquina tem garantia de um ano no balcão em todo o Brasil", diz Wagner. As lojas também vendem o micro do programa PC para Todos, do governo federal, de financiamento para a compra de novos PCs, contendo drive leitor de CD-ROM e um pacote básico de aplicativos por R$ 899,00. Também é possível encomendar uma máquina mais robusta, conforme a necessidade do cliente. Fidelização A venda das máquinas começou em maio e a reação da revenda e da própria HP até aqui foi positiva. "As máquinas estão tendo uma boa receptividade, o que mostra que é possível, sim, fazer negócio na região", diz Wagner. Segundo ele, a empresa só conseguiu dispor desta oferta graças aos incentivos fiscais da MP do Bem, a fabricação local e a queda do dólar. "As revendas estão percebendo que é mais vantajosa a comercialização de produtos acabados, já que além dos preços serem atrativos em relação aos das máquinas montadas, elas podem adaptar um equipamento de acordo com a necessidade do cliente, sem perder a garantia", afirma Renata Gaspar, diretora do grupo de computação pessoal da HP Brasil. Alberto Begliomini Filho, da Quallicomp, afirma que a empresa pretende ampliar a comercialização de produtos HP por oferecerem boa margem de lucro, giro rápido e também pela possibilidade de alterar a configuração dos computadores de acordo com a necessidade dos clientes. "Optamos pela compra de uma máquina montada em função do ganho de tempo e redução nos custos com a parte técnica, além da praticidade na venda. Observamos que existe uma grande demanda por computadores de primeira linha", afirma Begliomini. "Além disso, a marca HP torna a venda mais fácil por causa de sua qualidade reconhecida", conclui.