Inspirada em ‘Rei Leão’, startup quer pôr grilo na dieta do brasileiro
Com alto valor proteico, inseto será base para barrinhas de "cereal" e farinhas fabricadas pela Hakkuna; startup nasceu em Ribeirão Preto, mas tem escritório em Piracicaba
Enquanto algumas startups se dedicam a aumentar a produtividade no campo, outras buscam alternativas para a mesa dos brasileiros com ideias ousadas. “No futuro, a gente vai comer inseto sim”, diz, sem cerimônia, o engenheiro agrônomo Marcelo Romano Teixeira. Ele é hoje o responsável pela tecnologia de produção da Hakkuna, startup que produz insetos comestíveis – o nome da empresa vem da canção da animação O Rei Leão, no qual o leãozinho Simba acaba tendo de comer grilos para sobreviver.
No caso da startup de Ribeirão Preto, mas que conta com um escritório próprio em Piracicaba, a visão vai além da subsistência. Segundo Teixeira, o grilo é um animal rico em proteínas e vitamina B12 – tem mais gramas desse nutriente que o salmão, por exemplo. Lá fora, o bicho já é valorizado no mercado de alimentação saudável, algo que a Hakkuna quer popularizar por aqui com barrinhas “de cereal” e farinhas.
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Para isso, pretende instalar uma “fazenda experimental” com criação de grilos anexa ao AgTech Garage, outro dos hubs de inovação de Piracicaba. No futuro, a startup, que já tem financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) também pretende atacar o mercado de alimentação animal, com uma mosca que come resíduos orgânicos. “Podemos transformá-la em proteína e vender para pecuaristas”, diz Teixeira.
A Hakkuna é um bom exemplo do que pode se chamar de foodtech – empresa que usa tecnologia para repensar a produção de alimentos, às vezes até com ingredientes ousados. É algo que pode mudar a cara do setor. “Temos que deixar de ser o celeiro do mundo para ser o supermercado do mundo”, defende o engenheiro Paulo Silveira, criador do Food Tech Hub, iniciativa dedicada a startups do setor criada neste ano.
Sem ter um espaço físico definido, o Food Tech Hub conta com o apoio de instituições de pesquisa, como o Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital), além da indústria alimentícia e de uma rede internacional com integrantes em Israel, no Reino Unido e na Holanda – nos três locais, hoje já existem importantes hubs de produção de alimentos.
"Não vejo razão para o Brasil não ser referência em alimentos. Só é preciso determinar o valor que um polo de inovação na produção de alimentos irá adicionar ao agronegócio brasileiro", afirmou Roger Van Hoesel, diretor do Food Valley, iniciativa que une startups do agronegócio e da alimentação na Holanda.
Conheça quem faz de Piracicaba o 'Vale do Agronegócio' brasileiro
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Conheça quem faz de Piracicaba o 'Vale do Agronegócio' brasileiro
O AgTech Garage é um dos principais hubs de inovação que abrigam empreendedores em Piracicaba. Foto: Tiago Queiroz/Estadão
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O engenheiro químico José Tomé, cofundador do AgTech Garage, um hubde inovação de Piracicaba apoiado por empresas como Bayer, Sicredi e Ourofino Foto: Tiago Queiroz/Estadão
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Marcelo Romano Teixeira é um dos sócios da Hakkuna, que investe em insetos comestíveis. Sua startup é residente do AgTech Garage Foto: Tiago Queiroz/Estadão
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Cristiano Fagundes é da Smartbreeder, empresa que saiu de Adamantina e migrou para Piracicaba. Ela está hoje no AgTech Garage. Foto: Tiago Queiroz/Estadão
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Kléver Coral, superintendente da Coplacana, cooperativa que decidiu criar o Avance Hub e investir em startups Foto: Tiago Queiroz/Estadão
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O engenheiro Paulo Silveira, criador do Food Tech Hub Foto: Tiago Queiroz/Estadão
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Osmar Bambini é diretor de inovação e novos negócios da Sintecsys, focada no monitoramento de incêndios. Foto: Tiago Queiroz/Estadão
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Vista do parque tecnológico de Piracicaba a partir da sacada do Pulse Hub Foto: Tiago Queiroz/Estadão
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João Castro, da AgroclimaPro, startup de agrometeorologia criada pelo Climatempo e residente do Pulse Hub Foto: Tiago Queiroz/Estadão
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Guilherme Raucci, um dos diretores da Agrosmart, no Pulse Hub, criado pela multinacional Raízen. Foto: Tiago Queiroz/Estadão
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Fachada da Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz", a Esalq, considerada a principal universidade de ciências agrárias do Brasil e uma das ci... Foto: Tiago Queiroz/Estadão Mais
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O professor João Roberto Spotti Lopes, vice-reitor da Esalq, defende que instituição estimule o empreendedorismo entre os alunos Foto: Tiago Queiroz/Estadão
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O professor titular Sérgio Pascholati, presidente do Conselho da EsalqTec, incubadora de empresas da Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" ... Foto: Tiago Queiroz/Estadão Mais
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Pedro Chamochumbi é agente de inovação do AnimalsHub, o primeiro polo dedicado apenas a startups focada em pecuária no Brasil. Foto: Tiago Queiroz/Estadão
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O empreendedor Tiago Albertini, fundador da @Tech, focada em pecuária de precisão. Foto: Tiago Queiroz/Estadão