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Inovação e Tecnologia

As startups que prometem turbinar o seu cérebro

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A busca pela produtividade máxima ganhou os holofotes nos últimos anos, criou ícones como Tim Ferris e, graças a ela, vemos todos os dias na internet uma enxurrada de artigos sobre como pessoas bem-sucedidas vivem, acordam e dormem. Por todos os cantos procuramos o segredo que nos levará a produzir um pouquinho mais, a gerar mais resultados, a fazer mais do que já fazemos.

Precisamos mesmo disso?

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Aqui nos EUA, diversos produtos voltados para quem não tem tempo a perder inundaram o mercado desde que o Vale do Silício começou a investir na economia gerada em torno da crença de que podemos mais.

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A lógica dessa empresa é a de que se, afinal, vivemos em um mundo onde é possível otimizar tecnologias para obter melhor performance, por que não otimizar o ser humano?

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A startup HVMN (antes conhecida como Nootrobox) é um dos grandes expoentes desses mercado nos EUA. A empresa vende os chamados Nootrópicos, pílulas que têm entre os seus objetivos turbinar o cérebro do usuário.

A HVMN vende quatro diferentes pílulas que prometem melhorar a memória, concentração e resiliência, manter o usuário alerta por longas horas, ou garantir o sono perfeito e disposição extra ao acordar.

Os interessados podem comprar uma embalagem com pílulas para 30 dias ou entrar para o clube de assinaturas que garante a entrega mensal dos suplementos sem falta. Em média, cada pacote custa em torno de 50 dólares.

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Os funcionários da HVMN são conhecidos por toda terça-feira iniciarem um jejum coletivo por 36 horas. No Vale do Silício a prática é popular porque os adeptos garantem que o jejum também melhora a produtividade.

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Em entrevista ao TechCrunch, os fundadores da HVMN dizem que "o corpo é a próxima plataforma". No site da startup, eles afimam que o corpo humano pode ser atualizado como um software para que sua performance seja melhor.

Outras empresas do ramo como a Nootroo e a truBrain atraíram milhões em investimento com a mesma proposta. Os produtos que vão de barrinhas de cereais até um pó que pode ser ingerido com as refeições. Eles prometem melhorar o desempenho mental, a criatividade e a produtividade, deixando o usuário mais ligado.

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Os nootrópicos são seguros?

Os nootrópicos são usados para o tratamento de algumas doenças, como a narcolepsia e hiperatividade, e por alguns profissionais, como pilotos de avião, que precisam de concentração e energia durante longas e exaustivas horas de trabalho.

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Não há muito consenso ainda sobre os riscos e efeitos colaterais dessas pílulas "mágicas". Há quem alerte para os riscos que os usuários correm por não saber os efeitos que essas pílulas podem ter no longo prazo. Outros, dizem que a melhora na produtividade sentida por muitos não passa de efeito placebo.

Além disso, há uma intensa discussão sobre os limites éticos de se usar esse tipo de produto no trabalho já que os nootrópicos poderiam atuar como os anabolizantes nos esportes, gerando uma espécie de concorrência desleal.

Os entusiastas dizem que os nootrópicos devem fazer parte de um plano maior, que envolva meditação, dieta equilibrada (ou jejum) e sono balanceado.

Seja qual for a conclusão, o que me assusta mais é a ideia de uma sociedade que se droga para tornar-se mais produtiva. Será que não deveríamos estar prestando mais atenção nas causas de um eventual desempenho abaixo da média do que em uma produtividade desenfreada?

Esse debate ainda vai longe.

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