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As campanhas de financiamento coletivo mais interessantes do mundo

Brasileiro cria lousa musical para facilitar ensino

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Foto do author Matheus Mans
Atualização:

Terceira geração de músicos de sua família, Vitor Moreira não conseguia encontrar o tom de suas aulas de música. Falta de didatismo e teoria em excesso não permitiam criar um ambiente agradável para a música fluir. A solução do rapaz para isso, então, foi drástica: criar um dispositivo para ajudar estudantes a entrar no mundo musical de forma suave, delicada e convidativa. O resultado disso foi a PiMu, a primeira lousa musical do mundo e que está em financiamento coletivo no Catarse.

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De acordo com Moreira, a ideia da lousa, que arrecadou mais de R$ 14 mil em quinze dias, é reverter toda a lógica do ensino. Ao invés de primeiro aplicar a teoria, cheia de conceitos e escalas complexas, ele quer mostrar o que é música. Fazer com que os estudantes sintam o que é uma nota musical, um instrumento, um som. "Música é um idioma, não uma teoria", afirma ao Me dá um dinheiro aí. "Ninguém aprende idioma por regras. Só aprende criando. É isso que quero fazer com música."

A lousa, desenvolvida de maneira totalmente independente, parece um daqueles quadros brancos tradicionais. No entanto, ela está recheada de 23 sensores e que, conectados à um computador interno, reproduzem sons de acordo com o toque das pessoas. "Se você pôr o dedo em um sensor e outro na borda da lousa, você conduz eletricidade entre eles e 'cria' o som que deseja", explica o paulista. "E isso pode ser feito de maneira didática, com tinta à base de água e massinha de modelar."

No computador interno, que nada mais é do que um hardware simples, Vítor consegue pôr 23 sons musicais diferentes, que podem reproduzir instrumentos musicais, barulhos, sons do corpo. Ao reunir um grupo, então, é possível criar uma espécie de orquestra. Só que os instrumentos são sensores e os músicos são pessoas, geralmente sem conhecimentos em teoria musical, "armados" apenas com as mãos, pincéis com tinta e massinhas de modelar (veja o vídeo abaixo, com a lousa em prática).

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Mesmo que tenha apenas quatro modelos em funcionamento, Vitor está vendo a funcionalidade da lousa se expandir: psicólogos, pais, educadores e até músicos profissionais já abraçaram a causa -- na página oficial da PiMu, A Banda Mais Bonita da Cidade faz uma breve experimentação com a lousa. "Psicólogos já falaram que PiMu ajuda a analisar comportamento da pessoa", diz Moreira. "Também já vi pais falando que a PiMu ajuda a interagir com filhos com autismo e paralisia cerebral."

Se a lousa arrecadar R$ 50 mil, a meta final do projeto, Moreira já quer expandir os seus negócios. Além de produzir PiMu em maior quantidade, ele quer abrir um e-commerce para vender sons e criar uma comunidade online de pessoas que usam o dispositivo. "Queremos ter mais casos de pessoas usando a lousa e criar comunidade de um mundo mais musical, criativo e maker", afirma Moreira, entusiasmado. "Se der certo, queremos expandir a nossa presença no mundo educacional."

A campanha fica no ar até 14 de setembro, com financiamentos que começam com R$ 80, com a recompensa sendo uma camiseta. Se a pessoa quiser uma lousa musical, precisa apoiar com valor acima de R$ 400.

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