A Microsoft prometeu revelar 385 trechos do código de programação do Windows. A companhia divulgará 113 protocolos de comunicação a partir de amanhã e 272 interfaces internas do sistema operacional até o próximo dia 28. A medida é resultado de uma série de mudanças na comercialização dos produtos da gigante norte-americana de software, para cumprir as exigências do acordo judicial selado em novembro do ano passado. ] Mas nem todo o código será aberto. A Microsoft ainda manterá em segredo um protocolo e uma interface alegando questões de segurança anti-vírus do Windows, conforme previsto no acordo assinado em novembro. O advogado da empresa, Brad Smith, disse que a companhia passou por um processo "exaustivo" para identificar as interfaces relevantes e acredita que cumpriu as exigências da Justiça. Windows XP Outra alteração é a distribuição de uma versão atualizada de um pacote para servidores Windows XP no final do mês e ao longo de setembro. Com a nova versão, os consumidores e fabricantes de computadores poderão esconder ou bloquear o acesso a cinco progr amas da Microsoft, entre eles o Internet Explorer e o Windows Media Player, caso queiram instalar produtos concorrentes. A intenção da empresa com esta mudança é resolver uma das principais queixas no processo que já dura quatro anos: de que a Microsoft abusa de monopólio para promover o sistema operacional Windows e, assim, deixa os consumidores com pouca opção de escolha. Apesar das promessas feitas hoje pela Microsoft, a ação judicial ainda não está concluída. A juíza distrital Colleen Kollar-Kotelly, responsável pelo caso, deve decidir se aceita o acordo proposto pela empresa à Justiça e nove Estados norte-americanos ou se impõe mais penalidades, conforme solicitado pelos procuradores de outros nove Estados. Histórico Um tribunal federal dos Estados Unidos decidiu, em abril de 2000, que a Microsoft violava as leis antitruste e ordenou que a companhia fosse dividida em duas. Mas, a empresa venceu uma apelação, em junho do ano passado, que suspendeu a ordem mas manteve o veredicto de culpa. Em novembro de 2001, a Microsoft assinou um acordo com o Departamento de Justiça e nove Estados norte-americanos, que exigia, entre outras coisas, as mudanças prometidas pela empresa hoje. No entanto, nove outros Estados e o Distrito de Columbia, insatisfeitos com o acordo, levaram o caso adiante em busca de penalidades mais severas contra a empresa, como a publicação do código de programação do Internet Explorer e uma versão mais simples e barata do software Windows.