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Musk diz que deixará cargo de CEO do Twitter após enquete com usuários

Decisão ocorre depois de ele pedir que internautas votassem sobre permanência dele no comando da rede social; segundo o empresário, renúncia deve ocorrer quando encontrar um substituto

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Por Redação
Atualização:

Elon Musk afirmou, na noite desta terça-feira, 20, que deixaria o cargo de presidente-executivo do Twitter “assim que encontrasse alguém louco o suficiente para assumir essa posição”, sem dar outros detalhes. Ele acrescentou também que, com a substituição, deve passar a liderar apenas as equipes de software e gerenciamento de servidores, áreas-chave que lhe permitirão controlar as decisões do produto.

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O pronunciamento ocorre dias após o bilionário lançar uma enquete em seu perfil, perguntando aos seus 122 milhões de seguidores se ele deveria deixar a chefia da rede social, diante da onda de críticas que recebeu por causa das novas políticas impopulares de moderação de conteúdo.

A maioria dos participantes votou a favor da saída do bilionário do cargo de CEO. Em 12 horas de votação, a pesquisa atraiu 17,5 milhões de votos, dos quais 57,5% concordaram que ele deveria renunciar, enquanto 42,5% foram contrários.

Musk não respondeu diretamente aos resultados da enquete por mais de um dia após o fechamento, mas reagiu a vários tweets que sugeriam que a enquete poderia ter sido infiltrada por ‘bots’ ou que não era uma amostra representativa do que as pessoas queriam. A resposta morna à votação na noite desta terça-feira deixa a porta aberta para ele se manter no primeiro lugar por tempo indeterminado.

O empresário está procurando ativamente por um possível diretor executivo, conforme informações divulgadas pela mídia local. O portal econômico CNBC especificou que essa busca não começou no domingo, mas há muitas semanas, aparentemente sem sucesso.

Não se sabe se a procura está sendo feita dentro ou fora da empresa, que ficou descapitalizada em recursos humanos após Musk expulsar a antiga administração, demitir metade dos funcionários e, em seguida, centenas de outros saírem voluntariamente.

Em junho, antes de formalizar a compra da rede social, Elon Musk já havia vazado que administraria a empresa por “alguns meses”, embora essa promessa parecesse difícil de cumprir, dado o interesse que o Twitter despertou nele desde sua chegada e seu envolvimento pessoal na direção.

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Recentemente, investidores e altos executivos da Tesla - a outra grande empresa do magnata e a fonte de sua grande fortuna - chegaram a pedir que ele nomeasse um diretor executivo para o Twitter, já que a rede social ocupava boa parte de seu tempo, impedindo que ele pudesse cuidar dos outros negócios.

A reação dos investidores ocorre no contexto em que Musk, para enxugar as perdas do Twitter, vendeu dois grandes blocos de ações da Tesla entre novembro e dezembro, no valor de US$ 3,65 bilhões e US$ 3,9 bilhões, respectivamente.

As perdas financeiras sofridas pela plataforma se devem, principalmente, à fuga de anunciantes diante da preocupação com os altos e baixos da empresa à medida que o proprietário faz contínuas mudanças de opinião. Grande parte dos anunciantes abandonou o Twitter por considerar que a rede está repleta de perfis extremistas e discursos de ódio.

Enquanto isso, Musk, que se autoproclama um absolutista da “liberdade de expressão”, exerceu censura contra vários jornalistas, suspendendo suas contas, embora mais tarde tenha aceitado restabelecê-las após lançar outra enquete no Twitter sobre o assunto.

Desde que assumiu a empresa, Elon Musk tem usado as pesquisas do Twitter para tomar decisões críticas, inclusive sobre se deveria restabelecer a conta do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Ele também perguntou aos usuários se a empresa deveria oferecer “anistia geral” a contas suspensas, muitas das quais começaram a reaparecer no site.

Também nesta terça-feira, Musk lançou outra pesquisa, desta vez perguntando aos usuários se o Congresso deveria aprovar um acordo de US$ 1,7 trilhão para financiar o governo. /Com informações da EFE, WP e NYT

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