Depois de receber o apoio de fabricantes, operadoras e desenvolvedores de aplicativos, a empreitada da Microsoft para tentar se tornar uma empresa relevante na área da computação móvel chegou à fase que realmente importa: conquistar os consumidores. Na segunda-feira, 11, o CEO Steve Ballmer subiu ao palco mais uma vez para apresentar a primeira linha de celulares com o novo sistema da empresa, o Windows Phone 7 – anunciado em fevereiro também por Ballmer, durante uma feira de telecomunicações em Barcelona.
Os nove aparelhos que compõem o exército mobile chegam às lojas nas próximas semanas na América do Norte, na Europa e na Ásia em 13 operadoras. Ainda não há previsão para o lançamento deles no Brasil, segundo a Microsoft e as empresas que produzem os aparelhos.
É a primeira vez que tantos fabricantes concorrentes dos líderes de mercado (Nokia, Apple e a Research in Motion, que fabrica o BlackBerry) se unem para lançar aparelhos de uma vez só. Nem o Android, do Google, que pode se tornar neste ano o segundo sistema mais usado em celulares, teve uma estreia com tantos modelos novos.
Depois do fracasso do celular Kin, lançado pela empresa nos EUA em abril e cancelado dois meses depois, a Microsoft desta vez precisa mesmo do apoio de tantas empresas para mostrar se está pronta para ficar. Junto da Microsoft estão a Dell – novata no mercado de smartphones – e marcas asiáticas com pouca tradição na área de software, como a taiwanesa HTC, a LG e a Samsung. As três têm apostado em qualquer novidade, tanto em celulares com Android quanto em plataformas próprias. E agora acrescentaram o Windows Phone 7 no menu de aparelhos, ao lado da empresa criada por Bill Gates.
A Microsoft passou anos sem fazer grandes mudanças nos seus sistemas para celulares e praticamente ignorou o mercado de aplicativos, games e serviços online para celulares.
A empresa viu sua participação ser engolida pelos concorrentes, na mesma época em que as vendas de smartphones foram batendo recordes a cada trimestre, impulsionadas pelas novidades criadas pelo iPhone da Apple e sua loja de aplicativos.
Apenas no segundo trimestre, foram vendidos 325,6 milhões de smartphones no mundo, segundo a consultoria Gartner. Só 5% usavam a versão anterior do sistema da Microsoft, enquanto que 14,2% deles eram iPhones e 17,2%, celulares Android.
O Windows Phone 7 desta vez vem repleto de serviços online da empresa, como a loja de músicas Zune, a rede de games Xbox Live e integração com redes socais, além de uma loja de aplicativos (aberta também a desenvolvedores brasileiros). Resta saber se tudo isso será suficiente para fazer bonito além da vitrine.
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