Estudante de 13 anos denuncia problemas do colégio no Facebook e sofre represálias, diz mãe

Inspirada pela garota britânica que postava fotos de comida (e foi forçada a apagar o blog), ela criou o Diário de Classe, uma página no Facebook que inicialmente falava de problemas prosaicos: portas e maçanetas quebradas, falta de manutenção na Escola Básica Municipal Maria Tomázia Coelho.
“Falei para a minha mãe ‘acho que vou criar uma página’. E pedi para ela dar uma olhada”, contou Isadora ao Link.
Usuária de Facebook, Isadora saiu divulgando a causa entre os amigos. Quando voltou às aulas em agosto todo mundo na escola já estava sabendo.
Os colegas, diz Isadora, a apoiam na internet. “Mas quando chega na escola, eles são contra”. Entre os professores e direção, ninguém apoia a iniciativa.
Isadora reclama da falta de manutenção das quadras. Da falta de bebedouros, que deixam os alunos com sede formarem filas atrás dos poucos que funcionam. Dos ventiladores quebrados, que deixam a classe inteira passando calor. “Eu não faço o Diário de classe para mim. É para nós”, disse ela em um dos vídeos postados na página.
A estudante também reclama das aulas – e chegou a postar um vídeo da classe indisciplinada que, segundo ela, era um reflexo do professor.
Segundo a mãe, Mel Faber, Isadora vem sofrendo represálias do colégio. O Link tentou falar com a diretora, mas ela estava em reunião com a Secretaria de Educação na tarde desta segunda-feira, 27.
“Ela sofreu punição que talvez alguns jornalistas formados não tenham vivido”, diz Mel. “Ela sofreu represálias até das merendeiras. É difícil para ela sozinha. Mas ela continua indo à aula todos os dias, e usa o Facebook como uma ferramenta de defesa”, diz a mãe.
Mesmo assim, Isadora já sabe o que quer ser quando crescer: jornalista.
