Quem está de que lado

Conferência em Londres sobre ciberespaço expõe discordância em relação ao controle que governos querem ter sobre a rede

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Conferência em Londres sobre ciberespaço expõe discordância em relação ao controle que governos querem ter sobre a rede

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“A conferência concordou que medidas para melhorar a segurança no ciberespaço não devem ser tomadas às custas de direitos humanos”. Foi com essa mensagem que o ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, William Hague, tentou sintetizar o que foi discutido durante a Conferência de Londres sobre Ciberespaço, que reuniu, na semana passada, líderes de mais 6o países, representantes de empresas e de organizações da sociedade civil para discutir “riscos e oportunidades do espaço cibernético”.

Apesar da síntese feita por Hague, o evento ocorrido na última semana deixou claro que existem duas posições sobre como lidar com a rede: os Estados que acreditam na necessidade de aumentar o controle sobre ela e os que rejeitam tal controle.

Se Reino Unido e Estados Unidos defenderam que as ameaças – mesmo sendo reais – de crimes e terrorismo virtuais não podem ser usadas como pretexto para a repressão online, China e Rússia mantiveram sua defesa por um cenário de maior controle governamental na internet.

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Os dois países deixaram claro que gostariam de pensar em um tratado ou um código de conduta internacional para o ciberespaço pensado pelos governos e definido pela Organização das Nações Unidas.

“Minha mensagem para os governos é que esforços de longo prazo para resistir ao fluxo mais livre de informação, à maré que flui em direção a uma era de mais transparência e responsabilidade, vão falhar”, disse Hague na palestra de encerramento, sem citar nomes de países.

A conferência foi a primeira reunião oficial para discutir as mudanças causadas pelo mundo conectado e teve o objetivo de criar a “Agenda de Londres”. O documento tem a missão de ajudar a definir as futuras discussões internacionais sobre o tema. As próximas edições das conferência ocorrem em Budapeste (Hungria) no ano que vem e em Seul (Coreia do Sul) em 2013.

Por mensagens enviadas via redes sociais, Hague foi questionado sobre o fato de a Inglaterra ter cogitado bloquear e restringir redes sociais e serviços de comunicação como o BBM, chat do BlackBerry, durante as manifestações que resultaram em uma onda de violência na capital do país em agosto.

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Sobre isso, John Kampfner, CEO da Index on Censorship, que defende a liberdade de expressão, fez uma crítica: “É muito fácil defender esse caso de direitos humanos no preto e no branco contra as ditaduras ao redor do mundo, mas assim que nossa estabilidade de Estado ao estilo ocidental é questionada, então a liberdade de expressão é dispensável. Deveria haver uma regra para todos, incluindo para governos ocidentais”.

—-Leia mais: Muito além do game: um ano de Kinect ServidorLink no papel – 07/11/2011

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