Trinta mulheres se reúnem em oficina para aprender linguagens de programação; evento ocorreu na Casa Preta, em São Paulo
Miriam Castro, do ‘Divirta-se’
SÃO PAULO –Não falta público para eventos de cultura digital como hackdays. Mas as mulheres costumam ser minoria. A quantidade de homens programando, discutindo dados e princípios técnicos é, realmente, muito maior. Não foi assim no último sábado, 9, dia da primeira RodAda Hacker.
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O evento foi batizado em homenagem a Ada Lovelace, inglesa que é conhecida como a primeira programadora do planeta, e teve como objetivo aumentar a presença do sexo feminino nas ferramentas de construção digital.
Éramos cerca de 30 mulheres no evento, que aconteceu na Casa Preta, em frente ao metrô Sumaré, em São Paulo. Depois de um café da manhã com muita conversa, as participantes foram divididas em equipes de cores diferentes, de acordo com seus interesses. Os grupos tinham nomes como: “quero saber como é”, “quero desenvolver um projeto”, “quero ter autonomia” e “quero saber mais”.
Meu grupo – “quero lidar com interfaces” – era bem variado. Sabia um pouco de HTML – talvez o suficiente para programar uma página com cara de década de 90. Queria saber um pouco mais sobre isso e desbravar outra linguagem, o CSS. Completavam a equipe uma fotógrafa que ainda não conhecia nada sobre códigos e uma ativista que já trabalhava com banco de dados, mas queria programar páginas também.
Mão na massa. Cada grupo ficava com um tutor em uma das várias mesas da Casa Preta. Laptops a postos, nossa tutora mostrou ferramentas e ideias interessantes para aprendermos. Até o fim do dia, queríamos programar uma página simples. Usamos o scratchpad, para que todas pudessem ver o que era feito. Cada uma ganhava uma função: mudar a fonte, criar uma div, inserir um formulário ou um botão de rede social.
Não tinha clima de aula. Era mais como uma reunião entre pessoas bem diferentes, mas que tinham em comum a vontade de entrar no mundo da programação. Havia administradoras de empresas, designers e jornalistas; até uma mãe com a filhinha em um sling, por que não?
Durante a tarde, a página ia tomando forma. Erramos muitas vezes, mas arrumamos com ajuda da tutora. Quando sugeríamos algo, ela nos ajudava a concretizar na programação. Não ficou pronta, porque sempre há o que melhorar, mas posso dizer que avançamos bastante. A idealizadora, Daniela Silva, quer tornar o evento algo periódico. Guardei as linhas de código que produzimos e, na próxima, estarei lá.
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