A Amazon.com deve enfrentar alguns problemas, durante a temporada de vendas deste fim de ano, com a SEC, órgão dos Estados Unidos equivalente à Comissão de Valores Mobiliários, que apresentou algumas dúvidas com relação às práticas contábeis da companhia. De acordo com representantes da Amazon, a Comissão está questionando acordos feitos pela loja da Internet, em que oferece seus serviços em troca de ações das empresas parceiras. A SEC quer saber como a Amazon calcula o valor dessas ações nesses acordos, especialmente quando feitos com empresas privadas que não são listadas na bolsa, portanto não possuem um termômetro que determine seu valor. O porta-voz da Amazon, Tim Stone, disse que o interesse foi manifestado apenas de maneira informal pela SEC, que não quis se pronunciar a respeito. A questão é que a Amazon lista o valor dos investimentos em parcerias como parte da receita, dividido pelos trimestres de duração do contrato. Ou seja, se uma empresa der ações no valor de US$ 5 milhões à Amazon em um acordo de cinco anos, essas ações serão divididas em US$ 250 mil a cada trimestre dentro desse período, mesmo que as ações ou o valor da empresa flutue. Esses procedimentos são considerados padrão, mas se, no início do contrato, as ações forem estimadas acima de seu valor real, isso afetará as contas da Amazon, dando a impressão de que suas perdas foram menores do que de fato foram. O analista financeiro do J.P. Morgan, Tom Wyman, não acredita que as preocupações da SEC afetarão a Amazon, assim como a própria Amazon. O porta-voz da loja disse que as participações em outras empresas são revistas a cada trimestre e, se ocorre uma diminuição no valor das ações, a Amazon reporta isso como perda. No entanto, essa perda na verdade não consta da receita, pois prejuízos em ações, como só existem no papel, são listados separadamente e não entram nos resumos financeiros, usados por Wall Street para medir o desempenho da empresa. Portanto, a Amazon é beneficiada pela receita fixa e pode reportar as perdas caso precise de um menor impacto no mercado.