Comissão de Comunicações dos EUA não considerou a coleta de dados crime, mas aplicou multa de US$ 25 mil

SÃO PAULO – O Google publicou um relatório da Comissão Federal de Comunicações (FCC) sobre a investigação iniciada em 2010 pela instituição sobre o Street View e a suspeita de que o serviço teria capturado dados pessoais via pontos de acesso Wi-Fi não encriptados enquanto andava pelas cidades nos Estados Unidos e Europa. Por dados, compreendem-se email, mensagens de texto, senhas e histórico de web.
A investigação concluiu que a coleta de dados de fato existiu e é de responsabilidade um engenheiro que criou e aplicou um código para essa função. O objetivo desse engenheiro, identificado como Marius Milner, era guardar o maior número de informações possível e depois descobrir alguma maneira de usar esses dados em outros serviços do Google. Quando percebeu que os dados não serviriam para nada, Milner teria abandonado o projeto.
Marius Milner é um programador, especialista em redes Wi-Fi, aponta a reportagem do New York Times. Em seu perfil (já apagado) no LinkedIn, Milner se classifica profissionalmente como “hacker” e garante conhecer “mais sobre Wi-Fi do que gostaria”.
Segundo o relatório, Milner chegou a comentar com outros dois funcionários sobre a coleta que fazia, além de distribuir para toda a equipe do Street View uma cópia do resumo do seu trabalho de coleta referente a outubro de 2006.
A FCC, por fim, não encontrou evidências de uso de dados encriptados pelo Google, além de não ter conseguido encaixar os fatos em algum artigo da Lei de Comunicações americana. O órgão apenas determinou uma multa de US$ 25 mil ao Google por “intencional e repetidamente violar uma directiva do Departamento de responder uma carta de inquérito”.
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