A Telefônica registra hoje um empate técnico entre o volume de novas linhas instaladas por mês e o total de desligamentos por falta de pagamento no mesmo período. De acordo com o vice-presidente executivo de operações da companhia, Stael Prata, são colocados em serviço entre 120 e 150 mil novos terminais/mês. "O número de linhas retiradas da planta é muito semelhante", disse. O executivo reconhece que uma solução para reduzir a inadimplência é a oferta de telefones fixos pré-pagos. "Devemos buscar mecanismos que sejam mais adequados à capacidade de renda das classes C e D", afirmou Stael, destacando que a Telefônica trabalhou por dois anos no desenvolvimento da solução tecnológica do pré-pago fixo. "Agora estudamos uma solução comercial para o produto", disse. Em paralelo, a Telefônica tenta negociar com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) uma forma de segmentar a oferta do produto apenas para as classes de menor renda. Pela legislação em vigor, vale o princípio da isonomia, que prevê a oferta de um mesmo produto para todos os usuários. Dessa forma, a Telefônica não poderia oferecer o pré-pago apenas para uma parcela dos assinantes. Ele teria que estar disponível para quem se interessasse, independente da classe social. "Mas eu não quero vender pré-pago para quem tem capacidade de pagar por um terminal pós-pago", disse Prata. Na interpretação do vice-presidente da Telefônica, vencida a etapa de universalização dos serviços, a Anatel deveria aliviar algumas regras. "A questão regulatória não pode ser estática", destacou, lembrando que as regras em vigor hoje foram determinadas num outro cenário de demanda por serviços. Outro pleito da Telefônica é a mudança na obrigatoriedade de oferta de telefones públicos na proporção de 2,5% da planta fixa instalada. Ou seja, para cada 100 telefones fixos instalados, a operadora é obrigada a colocar em operação 2,5 orelhões. A questão é que quanto maior o volume de telefones particulares em serviço, menor é a utilização dos telefones públicos. "Isso deveria ser revisto", defende Prata. Segundo ele, a sociedade seria beneficiada se a operadora pudesse redirecionar para outros serviços os recursos hoje investidos em telefonia pública, cuja demanda já está atendida.
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