Telefônica vai separar empresa de dados

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Por Agencia Estado
Atualização:

A Telefônica do Brasil vai separar a unidade de comunicação de dados - a Telefônica Empresas - em uma nova companhia nos próximos meses. A medida terá que ser submetida a aprovação de assembléia de acionistas e comunicada por fato relevante ao mercado de capitais, mas a decisão já está tomada e a operação deve ser realizada ainda este ano. Numa fase posterior, a Telefônica Empresas será incorporada à multinacional Telefônica Data. Esse é um dos passos necessários à reestruturação total da Telefónica S.A., como foi concebida pelo ex-presidente Juan Villalonga. A Telefónica está sendo redesenhada em grandes áreas de negócios que vão incorporar as operações locais na telefonia fixa (Telefônica), celular (Telefônica Móviles), transmissão de dados (Telefônica Data), Internet (Terra), comércio eletrônico (Telefônica B2B), conteúdo (Telefônica Mídia), central de atendimento (Atento), listas (TPI) e cabos submarinos (Emergia). Numa reunião com os diretores da holding Telefónica S.A., há um mês, o novo presidente, César Alierta, informou que a Telefônica Data terá que se concentrar este ano na separação e na integração das filiais de dados da América Latina, incluindo Peru e Argentina. Mas a operação no Brasil vai se limitar por enquanto ao desmembramento da Telefônica de São Paulo (antiga Telesp). O processo pode se dar por cisão parcial, total ou ainda pela criação de uma subsidiária integral. Em qualquer um desses casos, os acionistas que mantiveram papéis da Telesp (cerca de 10%) ao invés de trocá-las pelos BDRs da Telefónica S.A. receberão participação equivalente na nova empresa. A Telefônica Empresas já tem hoje uma administração independente. A área comunicação de dados responde por cerca de 3,5% do faturamento total da Telesp, ou R$ 155 milhões no primeiro semestre. No mesmo período, a Telefônica Data, que já incorpora sete empresas, faturou R$ 582 milhões. Embora a comunicação de dados tenha uma taxa de crescimento superior à da telefonia fixa e com boas margens de lucros, é um mercado muito competitivo e ainda não é considerado pelos analistas como um grande gerador de caixa para as empresas. A constituição da Telefônica Empresas vai permitir, no entanto, maior transparência na avaliação do negócio e qual o seu potencial de rentabilidade. No balanço do primeiro semestre, a Telefónica S.A. informou que as operações de dados de São Paulo, Argentina, Peru e Chile "continuam integradas às respectivas matrizes, à espera da consumação do processo de divisão dos negócios e integração em suas linhas de atividades correspondentes, que já estão iniciando seu processo de implantação". A legislação chilena impossibilitou, no entanto, a operação de troca de ações por BDRs da Telefónica, o que pode inibir a segregação das operações da empresa no Chile. Toda a reestruturação da Telefónica S.A. deve seguir o que está sendo feito com a Telefónica Móviles, que vai incorporar as operações de telefonia celular da Europa e da América Latina e será listada em bolsa de valores. Consta dos planos anunciados pela Telefónica S.A. que seja listada também este ano a empresa de cabos submarinos Emergia.

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