A Telemar vai divulgar hoje nota explicando que a decisão de adiar para o dia 20 de março a Assembléia-Geral Extraordinária (AGE) foi dos acionistas da empresa. A assembléia aprovaria a compra da área de data center do portal iG. Além de informar que a decisão partiu da companhia, será declarado na nota que a Telemar considera a operação como estratégica para sua expansão no mercado nacional de telefonia brasileiro. A negociação está sendo questionada por acionistas minoritários na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e na Securities Exchange & Comission (SEC). A alegação é de que existe conflito de interesses de controladores, pois os grupos Opportunity e GP Investimentos fazem parte do bloco de controle das duas empresas. Essas duas empresas continuam sem se manifestar sobre o assunto. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que detém participação acionária de 25% na Telemar e, nesta condição, participa das decisões estratégicas de investimentos, também não se pronuncia a respeito. O presidente do banco, Francisco Gros, foi lacônico hoje ao abordar o assunto: "A compra do iG é um assunto que está sendo tratado no Conselho de Administração da Telemar", limitou-se a dizer. No questionamento que faz sobre a negociação, o acionista minoritário Luís Roberto Demarco Almeida argumenta que a transação é lesiva aos minoritários - que detêm 81% do capital total da Telemar -, já que o iG seria, segundo ele, deficitário em US$ 8 milhões ao mês. No site da GP Investimentos, que é sócio do iG desde outubro de 1999, três meses de seu lançamento oficial no mercado o portal é apresentado como um excelente negócio, com uma carteira de 3,7 milhões de usuários.