Será preciso arrecadar pouco mais de US$ 3 mil em 35 dias para que Jeff Crouse continue trabalhando em seu novo projeto. Batizado de Unlogo, o software que ele está criando pode virar o pesadelo de muitas empresas.
O algoritmo desenvolvido por ele reconhece um extenso número de logotipos de grandes corporações. O software processa vídeos e substitui neles as imagens dos logos por outra imagem qualquer. Como o software é open source, o banco de dados de logotipos pode aumentar.
“Espero que as pessoas usem o Unlogo em vídeos caseiros e também, talvez, na coleção de filmes que elas têm no PC, para remover o merchandising”, explica, subversivo. É uma versão multimídia dos bloqueadores de pop-up, tão populares nos browsers e que foram, inclusive, a inspiração para o projeto.
Ele colocou o Unlogo no Kickstart, site em que desenvolvedores expõem ideias e pedem financiamento para elas. É a segunda vez que Crouse tenta patrocínio para o Unlogo – mas ele só pode depender de financiamento independente, já que uma corporação não teria interesse em patrocinar esse software. Até a última sexta, ele tinha conseguido US$ 890, dos US$ 4 mil pretendidos. “Já tentei uma vez e a campanha falhou, então estou cautelosamente otimista. Essa nova campanha levantou 22% da quantia em 5 dos 45 dias. Vou ter de me esforçar para que ela dê certo”, disse. Qualquer pessoa pode doar quantias a partir de US$ 2. Se o ‘padrinho’ der mais de US$ 500, tem direito a um workshop dado pelo próprio Crouse sobre como o Unlogo funciona. Acomodação e passagens aéreas ficam por conta do patrocinador.
O Unlogo pode ser usado tanto por quem não quer consumir publicidade em filmes quanto por quem quer fazer videoarte. O algoritmo pode, em tese, reconhecer qualquer padrão e substituí-lo por qualquer imagem. “Num senso maior, quero dar à comunidade de programadores ferramentas para que criem seus próprios filtros e maneiras para que modifiquem seus vídeos. Há uma comunidade extremamente criativa que, tenho certeza, pensará maneiras de usar a visão computacional para modificar vídeos.” Ele mesmo já criou outra versão, mais recreativa, chamada Mustachizer. “Ele acrescenta bigodes a todos os rostos que detecta no vídeo. Gostaria de criar uma biblioteca de filtros que ilustrasse o que esse tipo de tecnologia pode fazer, mas que de alguma forma também traga uma mensagem crítica.”
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